Falta de cemitérios de animais em Campo Grande será apurado pelo MPMS após denúncia de moradora
Moradora pediu enterrar animal de estimação em lápide da família em cemitério, mas pax não permitiu
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), instaurou processo administrativo para acompanhar quais as medidas são tomadas pelo município de Campo Grande com a destinação final de animais. Uma moradora denunciou que a Capital não tem cemitério próprio para os bichos de estimação e pediu acompanhamento da promotoria.
Conforme consta o processo administrativo, a moradora entrou em contato após o animal de estimação, criado por 11 anos com a família, falecer. Ela relata a tristeza em buscar um local para enterrar o ‘menino’, como o chamava.
“Nossa sociedade tem a tradição cultural de enterrar seus entes queridos. Como não considerar da família um bichinho que viveu por 11 anos na mesma família? Segundo o veterinário, a solução é descarte, ou cremação pra me devolver as cinzas, ou enterrar no meu terreno. Sinceramente, nenhuma das alternativas é viável. As alternativas de ter as cinzas em casa ou enterrá-lo em casa são ofensivas ao bem-estar da família, e ofende nossa cultura de respeito aos entes queridos que se foram”, pontua a moradora.
Ela relata que chegou a procurar pela Pax da família, pedindo para que o bicho fosse enterrado e jazigo, mas pedido foi negado, pois não seria permitido. O veterinário da senhora teria a relatado que há cemitérios de animais domésticos em outras cidades e que Campo Grande chegou a ter projeto em terreno no bairro Lageado, mas não foi viabilizado por ter lençol freático.
Por fim, ela diz que precisou descartar o bicho. Ela sugere à promotoria alternativas como criar, de fato, um cemitério de animais em Campo Grande, ou que seja feito parcerias com cemitérios particulares para permitir o sepultamento de animais com a família.
A promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, da 26ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, encaminhou ofício à Solurb, para que informe como é feito o atendimento da população quanto ao recolhimento dos animais domésticos mortos e como é feita a destinação final.
Foi encaminhado ofício também para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), para que preste os esclarecimentos sobre qual método (enterro, cremação ou descarte) de destinação final de animais domésticos é tecnicamente menos agressivo ao meio ambiente e se há previsão de implantação de cemitério ou crematório pelo poder público municipal.
Mariane Chianezi
MIDIAMAX