Em seis dias, casos de influenza triplicam em Campo Grande

23/12/2021 15h37 - Atualizado há 2 anos

Secretaria Municipal de Saúde já confirmou 10 casos da variante H3N2, sete apenas na última semana

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Foto: Álvaro Rezende

Mariana Moreira

Com o vírus influenza A H3N2 se alastrando pelo País, em um intervalo de seis dias, os casos triplicaram em Campo Grande.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até sexta-feira (17), um Capital havia registrado três casos de queixa referente à nova cepa - nesta terça-feira, já eram 10.

Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, Campo Grande segue a tendência nacional de contágio por gripe.

“Isso não está sendo diferente no nosso município. Por aqui, nós também já registramos casos positivos para H3N2 e, claro, uma preocupação da Sesau em relação ao aumento do número de casos ”, afirmou.

Lahdo pontuou que por se tratar de um vírus respiratório, as medidas para evitar o contágio por influenza são como igual contra a Covid-19: uso de máscaras, higienização constante das mãos e distanciamento social.

Por ora, não há casos de internação por H3N2 registrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Capital.

Referência no tratamento contra a Covid-19, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) informou que registrou apenas uma internação por gripe no mês de dezembro.

No entanto, conforme a instituição, o caso não era de H1N1 ou H3N2.

Conforme balanço último do serviço de imunização fornecido pela Sesau, até o dia 11 de novembro, 203.613 pessoas penduradas sido vacinadas contra uma gripe em Campo Grande.

A cobertura vacinal geral no município está em 81,41%, tendo ultrapassado 100% apenas no grupo de crianças menores de 6 anos.

“Lembramos que o município tem em estoque vacinas disponíveis contra gripe, basta uma população se deslocar a qualquer UBS”, reiterou Lahdo.

A vacinação contra uma queixa é destinada a todos os públicos acima de seis meses de idade.

Além dos postos de saúde, a Prefeitura de Campo Grande disponibiliza vacinas contra gripe e Covid-19 nas barreiras sanitárias instaladas no aeroporto e no terminal rodoviário.

NOVA CEPA

A cepa Darwin (H3N2) é apontada por especialistas como responsável pelos surtos de gripe no País.

Cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo já estão em alerta para uma possível epidemia, após registrar um aumento de casos entre o fim de novembro e a primeira quinzena de dezembro.

Ao Correio do Estado, o doutor em Doenças Infecciosas Everton Lemos explicou que o aumento do número de casos de síndrome gripal preocupa, uma vez que esses sintomas se confundem com os da Covid-19.

"Os casos de queixa, se não controlados com medidas de isolamento e imunização da população, podem se tornar um grande potencial para epidemia, assim como foi com uma gripe H1N1."

"Neste sentido, uma próxima campanha de [vacinação contra] influenza deve prever o novo sorotipo H3N2”, afirmou.

A previsão do Instituto Butantan é de que a atualização da vacina contra influenza com uma variante Darwin fique pronta em março de 2022.

Lemos reiterou que as manifestações da cepa Darwin apresentam semelhanças com as demais reclamações já e em circulação.

“Se você apresentar sinais e sintomas gripais, deve acender um alerta e manter o distanciamento social."

"Devemos evitar abraços e beijos, além de procurar os serviços de saúde para diagnóstico, principalmente em grupos de risco, como idosos, gestantes e crianças”, saliente.  

ESTADO

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), apesar de o vírus influenza estar presente em Mato Grosso do Sul, não há risco de epidemia.

A SES reiterou que há doses disponíveis para a vacinação contra a doença em todo o Estado.

A vacina contra a gripe disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegido tanto contra o H1N1 como contra o H3N2, além de também oferecer proteção contra influenza B.

Em MS, uma campanha de multivacinação de 2021 cobertura vacinal de 92,2% das crianças. Por volta de 72,5% dos trabalhadores se vacinaram, e 63,1% das gestantes, também.

Dados da SES apontam que este ano foram registrados 31.259 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Desses, sete são referentes à influenza A do subtipo H3N2. Com oito mortes em 2020, Mato Grosso do Sul não registrou nenhum óbito por influenza neste ano.

CORREIO DO ESTADO