Em menos de 48 horas moradores de rua voltam a região do Córrego Anhanduí
A ação de desmanche de moradias aconteceu na avenida Ernesto Geisel na última terça-feira (10)
NATÁLIA OLLIVER
Após quase dois dias da operação que desmanchou as moradias improvisadas feitas por pessoas em situação de rua, alguns moradores já retornaram às margens do córrego Anhanduí e reergueram as habitações.
A ação foi feita pela Prefeitura de Campo Grande e Guarda Civil Metropolitana, em toda a extensão do córrego localizado na avenida Ernesto Geisel, na última terça-feira (10).
Dautinei Silva de Santana, 32 anos, é um dos moradores em situação de rua que teve a casa desmontada. Ele revelou ao Correio do Estado que os agentes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), responsáveis pela desocupação da área, o abordaram e retiraram todos os pertences do local.
“Eles chegaram aqui, nos abordaram e tiraram tudo o que havíamos levantado. O que a gente vai fazer? Vamos ficar no meio da rua?”, argumentou.
Sem ter para aonde voltar, o morador relatou que retornou ao mesmo local onde residia.
“Nós voltamos aqui [no córrego] no mesmo dia e no mesmo lugar. Não temos como ficar na rua, estou desempregado, mas reciclo alguns materiais”, afirmou.
O vizinho amigo de “barraco”, Vanderson Bruno de Souza, 43 anos, também conta como foi o episódio.
“A gente ganha pouco com reciclagem aqui. Quando chegamos do serviço, a maioria das nossas coisas já tinham ido embora. E a gente vai ficar na onde, na rua?”, pontuou.
Os dois moram próximos há 2 anos, dividem alimentos e trabalho. “A gente pede para eles terem uma calma com a gente, nós também somos seres humanos e só queremos viver em paz”, finalizou.
CORREIO DO ESTADO