ALISON SILVA

Com 2,1 mil casos confirmados de dengue em 2022, Campo Grande possui aproximadamente cinco vezes mais incidência da doença do que o último ano inteiro, período com 444 confirmações e 5,2 mil notificações. Os números são da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Em relação ao mesmo período do último ano, o aumento de casos é ainda maior. Em maio de 2021, as confirmações de dengue em Campo Grande eram de 356 casos, neste ano, segundo a Sesau, são 2.101 casos confirmados até ontem (17) e 5,4 mil notificações.

Em cinco meses, o número de casos graves também supera os dados de 2021. São cinco confirmações em 2022, uma a mais do que no último ano, que registrou quatro casos graves.

De acordo com o doutor em doenças infecciosas, Everton Lemos “quanto maior o número de infectados, mais casos graves de dengue podem surgir, assim como a covid-19”, disse Lemos.

Conforme Lemos, a incidência abrupta de casos de dengue deve ser observada em relação aos períodos ocorridos, se estes são característicos da doença, ou se pode se dar em razão de uma nova linhagem da dengue. 

“É atípico se pegar gripe entre dezembro e janeiro, por exemplo. Mas como a cepa H3N2, linhagem que surgiu no último ano era da Austrália, o número de pessoas propensas ao vírus era maior. A região pode estar passando por um período similar”, pontuou o especialista.

De acordo com a Sesau, em Campo Grande, os bairros de maior incidência de dengue são - Nova Lima, Novos Estado, Cruzeiro, São Lourenço, Noroeste, Rita Vieira, Panamá e Chácara dos Poderes.

Conforme a pasta, Jardim Veraneio, Novos Estados, Estrela Dalva, Tiradentes, Maria Aparecida Pedrossian, Vila Carlota, Vilas Boas, Dr Albuquerque, Nova Campo Grande, Tijuca, Caiobá, Coronel Antonino, Mata do Segredo, Vila Nasser, Cabreúva, Monte Líbano e Jockey Club são alguns dos lugares com incidência alta de dengue.

As demais localidades da Capital registraram riscos moderados e baixos. O único local apontado pela Sesau com índice zero de dengue foi a Vila Carvalho.

Conforme a pasta, a incidência é mensurada conforme a população do local.

“Com 12 casos, a Chácara dos Poderes, com uma população de 962 pessoas obtém um índice alto de dengue”, finalizou o especialista.

CORREIO DO ESTADO