Em Brasília, prefeita pede socorro para reparar estragos das chuvas na Capital
Desde janeiro, Campo Grande tem enfrentado fortes precipitações e danos foram registrados em várias partes da cidade
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), ontem pediu, em Brasília (DF), socorro à ministra do Planejamento e Orçamento, a sul-mato-grossense Simone Tebet, para viabilizar recursos que possibilitem obras para enfrentar os constantes alagamentos e enchentes causados pelas chuvas na Capital.
Os projetos serão analisados pela Pasta, que também avaliará outras propostas no setor habitacional.
“Com a ministra [Simone Tebet], viemos conversar sobre projetos na área de habitação e apresentamos algumas pautas. Possivelmente, teremos recursos também dela para o município de Campo Grande”, afirmou Adriane, destacando que, no encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Brasília, do qual participou na segunda e na terça-feira, as mudanças climáticas foram debatidas e houve troca de experiências sobre suas consequências nos municípios.
“Campo Grande está sofrendo com as chuvas, a mudança climática é um problema nacional”, enfatizou a prefeita de Campo Grande.
Para ela, o fato de a cidade ter 36 córregos torna enchentes e alagamentos “problemas recorrentes. Por isso, temos de buscar soluções pontuais para esse problema”.
Entre os pleitos da gestora de Campo Grande está o asfaltamento de ruas e obras de drenagem no Residencial Ramez Tebet, que tem ruas intransitáveis e enxurradas constantes quando chove.
“Nós apresentamos os projetos e ficamos de ter uma outra conversa posterior [com Tebet]. Não apresentamos valores, nós apresentamos projetos. Um exemplo é o [Residencial] Ramez Tebet: a população precisa muito de drenagem e pavimentação”, ressaltou a gestora municipal.
Ela também explicou que conversou sobre a “Rota Bioceânica e projetos de desenvolvimento econômico, como o Parque Tecnológico de Campo Grande, que é um projeto viável. Por isso solicitamos ajuda e suporte dela como ministra”, completou.
GOVERNO LULA
Após o fim do encontro, depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer um discurso e afirmar que vai atuar em parceria com os gestores municipais, Adriane Lopes avaliou que percebeu pela fala do presidente que ele foi incisivo sobre a ajuda.
“Independentemente de partido, ele apoiará os prefeitos, independentemente de posicionamento [político]. Eu entendo que ele vai apoiar nossa capital, enviando recursos”, disse Adriane.
Em seguida, citou projetos desenvolvidos em Campo Grande que podem ser referência para o governo federal, como a Casa da Mulher Brasileira.
“O que percebemos aqui é o apoio de Lula aos prefeitos”, respondeu, ao ser indagada se vai apoiar o governo do atual presidente.
ENCONTRO
Na avaliação da prefeita, o encontro da FNP, que elegeu a nova diretoria para o biênio 2023-2025, foi relevante para os prefeitos.
“Foram dois dias de debates, com novas versões de políticas públicas e como serão aplicadas na íntegra. A reforma tributária ainda precisa ser debatida e bem esclarecida”, afirmou Adriane Lopes, destacando a importância deste tema, por afetar os repasses federais para os gestores municipais.
GESTÃO CRÍTICA
Sobre questionamentos feitos em relação à gestão anterior de Campo Grande, Adriane Lopes afirmou: “Não, eu não fiz críticas! Eu acho que cada um tem seu modo de governar. Eu respeito as gestões anteriores, mas nós precisamos avançar porque, no pós-pandemia, os municípios têm grandes desafios, e nós estamos aqui [no encontro] em busca de soluções”, declarou.
Ela citou como desafio o setor educacional. Esta semana, a prefeitura vai lançar o projeto Aprender Mais na Reme (Rede Municipal de Ensino), para atender alunos com defasagem no aprendizado por causa da pandemia, quando as aulas presenciais foram suspensas.
Saiba: Impactos das chuvas em Campo Grande - O Correio do Estado vem mostrando ao longo desta semana os problemas causados pelas fortes chuvas em Campo Grande.
Em reportagem publicada na segunda-feira, especialista afirmou que a Capital tem alguns pontos críticos de inundações e, para minimizar esses impactos, uma série de ações seriam necessárias, e não apenas medidas estruturais pontuais.
Entre as opções estão a construção de barragens e bacias de retenção, o aumento de canais e galerias de drenagem, pavimentação permeável e até a limpeza das bocas de lobo. Essas ações podem ser executadas pelo poder público em locais críticos da cidade, para diminuir os danos.
CLODOALDO SILVA, DE BRASÍLIA
CORREIO DO ESTADO