Consórcio Guaicurus não garante pagamento de salário e motoristas ameaçam nova greve

06/07/2022 14h34 - Atualizado há 1 ano

Empresa afirmou que depende da Prefeitura de Campo Grande para efetuar o pagamento

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GERSON OLIVEIRA

NAIARA CAMARGO

O gerente executivo do Consórcio Guaicurus, Robson Strengari, não garantiu que pagará o salário de motoristas e outros funcionários do Consórcio Guaicurus nesta quarta-feira (6), quinto dia útil do mês de julho.

“Estamos dependendo da prefeitura. Se a prefeitura nos pagar hoje, nós pagamos o funcionário”, disse, em audiência na Câmara Municipal nesta quarta-feira (6).

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande, Demétrio Ferreira, confirmou ao Correio do Estado que há risco de nova paralisação de motoristas caso o pagamento não seja feito hoje.

A equipe de reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para saber se o depósito já foi feito ou quando será.

Em resposta, a gestora do município revelou que a prefeitura não tem qualquer vínculo de contrato trabalhista com os motoristas do consórcio e que o pagamento de salários é de responsabilidade exclusiva das empresas.

"Todos os repasses da Prefeitura para o Consórcio estão em dia. O repasse referente ao vale transporte dos estudantes da Reme e pessoas com deficiência tem prazo até o dia 10 para ser efetuado, porém, a previsão é de que o pagamento seja antecipado para esta quarta-feira (6)", pontuou.

O Consórcio Guaicurus enfrenta dificuldades para honrar o pagamento de salários devido ao alto preço do diesel, manutenção dos ônibus e valor defasado da tarifa.

O gerente ainda afirmou que a pandemia da Covid-19 “quebrou” o transporte coletivo da Capital.

“O transporte está em decadência, está caindo. O subsídio do governo ajuda, mas não resolve o problema. Temos déficit de milhões por mês. Nós estamos na UTI, mas ainda não estamos intubados”, disse.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, motoristas do transporte público de Campo Grande paralisaram atividades em 21 de junho de 2022.

Terminais de ônibus amanheceram fechados e veículos não saíram das garagens.

A greve afetou aproximadamente 100 mil usuários do transporte coletivo, que dependem da condução diariamente.

Após pedido da prefeitura de Campo Grande, o governo de Mato Grosso do Sul subsidiará o passe do estudante de 190 mil alunos da Rede Estadual de Ensino para aliviar as contas do município.

O governo do Estado pagará R$ 1,2 milhão ao Consórcio Guaicurus por mês. Com isso, o valor da tarifa está congelado em R$ 4,40 até 31 de dezembro de 2022.

O Consórcio Guaicurus defende que o valor da passagem seja de, no mínimo, R$6,16 para equilibrar os custos mensais.

CORREIO DO ESTADO