Concessão do Aquário só em 2023, mas duração da entrada gratuita é estudada

08/11/2022 09h57 - Atualizado há 2 anos

Governo garante a gratuidade até 31 de dezembro, depois dessa data poderá haver cobrança por parte da gestão pública

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MARIANA MOREIRA

A gratuidade para visitação ao Bioparque Pantanal, localizado nos Altos da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, será alvo de análise por parte da equipe de transição do novo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB). O mesmo acontecerá em relação à concessão do espaço, que só deve ter andamento em 2023.

Ao Correio do Estado, o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling, afirmou que não há nada decidido em relação ao local.

“Não temos definição ainda [sobre a gratuidade que expira em 31 de dezembro de 2022]. Esse assunto deve ser retomado em breve com o novo governador, e esse assunto vai ficar para o ano que vem. Não temos uma informação nova”, explicou.

Desde que o Grupo Cataratas, que havia vencido licitação feita ainda durante a construção do local, desistiu amigavelmente de assumir o controle do Bioparque, o governo do Estado permitiu, por meio de diretrizes, a entrada gratuita de 300 pessoas por dia no ponto turístico.

Perguntado sobre a possibilidade de entregar o Bioparque para a iniciativa privada, Wendling rebateu ao dizer que esta é outra incógnita da futura administração.

“Não haverá [concessão] até o fim de 2022. Mesmo sob nossa gestão, podemos tomar decisões sobre o custeio na entrada por parte de turistas, excursões, etc., mas precisamos analisar o que pode ser feito com o novo time de gestão, que atualmente se encontra em transição. Esperamos discutir isso futuramente”, pontuou.

NOVO MUSEU

O Bioparque receberá o Museu Interativo da Biodiversidade do Pantanal (Mibio), cuja construção está prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2023.

A licitação que firmou o contrato entre o governo e a empreiteira vencedora foi publicada nesta segunda-feira (7) no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, com orçamento estimado em R$ 4,6 milhões.

As obras têm previsão de início para o primeiro semestre de 2023.

O local será administrado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e terá programação voltada à natureza e à diversidade do Pantanal e do Cerrado, dois biomas que fazem parte da Região Centro-Oeste.

O Mibio será equipado com cinema 3D, que exibirá vistas aéreas do Pantanal e um mergulho no Rio Paraguai. Também haverá apresentações sobre a evolução das espécies e da vida no planeta. As exposições estarão em conformidade com as pesquisas que a comunidade científica local vem desenvolvendo ao longo dos anos.

De acordo com a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, a construção do novo espaço será feita em etapas, com adaptação de amostras conforme o avanço das obras.

“O cronograma será feito em conjunto com a empresa contratada, para não haver impacto na nossa programação. Os museus com exposição temporária, que acontecem sempre, vão continuar, pois são as entradas do nosso circuito de aquários”, destacou.

Sobre a data estimada de entrega, Balestieri afirmou que tudo depende dos acordos realizados com o governo e que participa de reuniões periodicamente para o acompanhamento das obras a serem realizadas no local.

“Já fizemos reuniões com a construtora que ganhou a licitação e agora estamos caminhando para a criação de um cronograma que cause o menor impacto possível para a cidade, para os animais que residem aqui e para os nossos visitantes”, reforçou.

GESTÃO

Perguntada sobre a continuidade do PSDB no governo do Estado, a diretora-geral pontuou que ambos os gestores – Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel – têm particularidades, mas o trabalho para a população continuará o mesmo.

“O fato de ser um governo da mesma linha já é de se esperar uma continuidade. Ele [Riedel] já vinha acompanhando a retomada das obras e a conclusão do Bioparque, então, a forma como será feita a gestão em 2023 deve ser parecida, mais alinhada com o que acontece atualmente”, acentuou.

Balestieri avaliou que espera um retorno da transição do governo e aguarda respostas sobre a possibilidade de o Bioparque ser oferecido novamente à concessão privada, bem como sobre a gratuidade do acesso, a ampliação do espaço e outras obras notáveis.

“Tudo isso ainda está sendo desenhado pelo plano do novo governo. A diretriz que nós tínhamos do governo atual era não cobrar a entrada da população, mas agora, a partir de 1º de janeiro de 2023, podemos adotar uma nova modelagem que garanta recursos”, concluiu.

HISTÓRICO

A construção do Aquário do Pantanal iniciou-se em maio de 2011, ainda na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). Foram 11 anos, 13 licitações e três mandatos de governo até a conclusão da obra. O valor total investido foi de R$ 230 milhões.

De acordo com a assessoria de imprensa, o Bioparque conta com 19 mil metros quadrados de área construída, 31 tanques e mais de 310 espécies de animais do Pantanal sul-mato-grossense. Alguns deles, como a famosa sucuri Gaby Amarantos, os jacarés e os recém-chegados pirarucus, são atrações que buscam agregar conhecimento e experiência aos visitantes.

Desde a sua inauguração, em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 100 mil visitantes. O espaço possui capacidade para receber nove mil pessoas por semana.

GUSTAVO BONOTTO

CORREIO DO ESTADO