Com obras paradas e "lixão vencido", Capital exporta gestão sem resultados à cidades vizinhas
Mesmo com a cidade sofrendo com problemas de drenagem, e com dezenas de obras paradas, Capital vai "assessorar" cidades vizinhas
Por meio da criação de um consórcio, Campo Grande promete fornecer o que não tem feito com sucesso na própria cidade: oferecer suporte para problemas de infraestrutura, como pavimentação e drenagem, de Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Terenos e Jaraguari.
Mesmo com uma série de problemas que a cidade atravessa, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) formalizou nesta terça-feira (31) a criação do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável por meio da assinatura de um estatuto com as prefeituras de quatro cidades com até 100 quilômetros de distância da Capital.
Na prática, a Capital vai emprestar seu aterro sanitário, já com a data de validade experada, e dar assessorias para obras de pavimentação e drenagem, que tem sido o gargalo da administração de Adriane.
Com obras paradas em Campo Grande, a chefe do Executivo, Adriane Lopes (Patriota), afirma que possui prioridades com a nova parceria. “A nossa discussão prioritária é avançar na pavimentação e drenagem dos municípios que compõem o consórcio e contempla várias situações, mas a prioritária é a pavimentação e drenagem das nossas cidades e também a gestão compartilhada”, disse.
Outra preocupação é se o aterro sanitário poderia ser utilizado pelos municípios incluídos na parceria, visto que está com prazo vencido desde 2021, aguardando as obras do novo espaço para destinação dos resíduos.
“Nas tratativas da constituição do consórcio, fizemos um consórcio que abrange várias pautas e assuntos que podem, sim, ser ou fazer parte. Essa discussão do aterro não foi a discussão prioritária”.
Apesar de não ter descartado a possibilidade, o aterro foi citado pela subsecretária de gestão e projetos, Catiana Sabadin. "O consórcio tem uma legislação própria que fornece uma certa agilidade na resolução de problemas comuns, tem problemas que envolvem os municípios de uma forma geral, como estradas vicinais, resíduos sólidos, hoje tem o aterro só em Campo Grande, esses municípios não têm aterro sanitário, por exemplo, e eles precisam de suporte às vezes que Campo Grande tem, para agilizar esse processo de execução de serviços conjuntos o consórcio tem essa possibilidade".
Objetivos
O objetivo do consócio, segundo o Executivo, é realizar uma gestão integrada de serviços públicos e também gerar agilidade em problemas comuns. A proposta é promover a gestão associada de serviços públicos e apoiar o desenvolvimento sustentável do território que compreende essas cidades.
No último levantamento do Correio do Estado, há 23 obras paradas em Campo Grande, nos setores de infraestrutura, saúde, transporte e lazer. Este número aumenta quando são adicionadas as construções inacabadas da educação, que são 13.
Com destaque para a obra de revitalização e controle de enchente do Rio Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, e a obra de controle de erosão em frente ao Presídio da Gameleira seguem paradas.
Em junho do ano passado, o ex-secretário da Sisep, Rudi Fiorese, informou que a obra da Ernesto Geisel deveria ser relicitada ainda em 2022. No entanto, o processo ainda não foi iniciado. Além dessas, as obras de pavimentação do Bairro Nova Lima, que foram divididas em etapas, também estão paralisadas.
BIANKA MACÁRIO, ALISON SILVA
CORREIO DO ESTADO