Com obras em ritmo lento e sem previsão de conclusão, Capital vive desafios na gestão

22/02/2023 09h44 - Atualizado há 1 ano

Requalificação do antigo terminal rodoviário e revitalização da Avenida Ernesto Geisel seguem sem data definida para solução

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Comerciantes relatam que reforma na antiga rodoviária de Campo Grande segue em ritmo lento e com poucos trabalhadores no local - Gerson Oliveira

O atraso das obras de infraestrutura conduzidas pela Prefeitura de Campo Grande demonstra um verdadeiro desafio para a gestão municipal.

Diversas linhas de trabalho na cidade, com objetivo de revitalizar locais abandonados ou sem a devida manutenção, seguem em ritmo lento e sem previsão de conclusão.

A reportagem do Correio do Estado esteve presente em três pontos que estão nesta situação na Capital: a antiga rodoviária, o Lago do Amor e as obras paralisadas na Avenida Ernesto Geisel.

A revitalização do Complexo Empresarial Terminal do Oeste Heitor Eduardo Laburu, antiga rodoviária de Campo Grande, começou no mês de julho do ano passado, após 14 anos da desativação do local.

Estão sendo investidos R$ 16,5 milhões na reforma da antiga rodoviária. Do montante total, o Ministério do Desenvolvimento Regional repassou R$ 15,3 milhões, por meio de emenda da bancada federal, e a prefeitura é responsável pelo aporte de R$ 1,2 milhão na obra.

Com os problemas recorrentes de tráfico de drogas em torno das dependências da rodoviária, tapumes foram colocados em volta de toda a estrutura do terminal, uma tentativa de impedir o acesso dos usuários de drogas às dependências do prédio.

Porém, de acordo com comerciantes que trabalham próximo da antiga rodoviária, os andarilhos permanecem nas proximidades e até invadem a área que foi delimitada para obras com o objetivo de roubar materiais de construção.

“Aqui a violência é constante, os usuários de droga já entraram no meu comércio ensanguentados por conta de brigas entre eles. Até passam por baixo dos tapumes e roubam os materiais de construção da obra da rodoviária”, disse a comerciante Maria Custódia dos Santos.

Questionada sobre o andamento das obras na rodoviária, a comerciante disse que, na prática, existe pouco movimento de trabalho durante a semana.

“A obra está bem parada aqui na antiga rodoviária. A última vez que vi gente trabalhando foi na terça-feira [7 de fevereiro]. Se der um clima mais chuvoso, eles logo param os trabalhos”, declarou Maria Custódia.

LAGO DO AMOR

O desabamento de uma parte da via no Lago do Amor, após chuvas de 159 mm em apenas 24 horas na Capital no dia 4 de janeiro, segue sem solução.

A reportagem conversou com um funcionário público do município que trabalha no gabinete da prefeitura. Ele estava no Lago do Amor para avisar os comerciantes sobre os reparos que serão necessários no local.

Segundo o funcionário, a prefeitura fez um estudo técnico dos danos que a erosão causou na rua e foi constatado que há diversas rachaduras em volta do desabamento e, por este motivo, haverá uma reparação para refazer todo o trecho entre as rotatórias das avenidas Georges Chaia e Gabriel Spipe Calarge.

O motivo de a prefeitura não ter refeito o trecho interditado, de acordo com o assessor do gabinete, é o longo período de chuvas neste início de ano, que pode desmanchar qualquer reparo previamente feito no local.

O assessor do gabinete também informou que o Lago do Amor deve receber nova iluminação e estrutura para acomodar os visitantes e comerciantes. Por ora, a Prefeitura de Campo Grande concluiu apenas o projeto de recuperação do local, que tem previsão de custar R$ 3,8 milhões.

Outra obra que segue sem previsão para ser concluída é o reparo da ponte entre a Rua José Antônio com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, que foi interditada por tempo indeterminado no dia 30 de janeiro, após um grande volume de água ocasionar uma erosão no local.

ERNESTO GEISEL

Os moradores que precisam transitar pela Avenida Ernesto Geisel convivem há anos com alagamentos, por conta do Córrego Prosa, e as previsões para solução dos problemas no local não são promissoras. As obras para conter enchentes e drenar o acumulado de chuva também estão sem andamento.

Atualmente, a avenida conta com um pequeno trecho concluído, em frente ao Shopping Norte Sul Plaza, onde foram gastos R$ 12.868.867. As obras na Avenida Ernesto Geisel, iniciadas em 2018, foram divididas em três frentes de trabalho.

Segundo conta no portal +Obras, da Prefeitura de Campo Grande, apenas metade do trabalho nos lotes 2 e 3 foram feitos, e o prazo do término das obras, a partir do dia 21 de março de 2018, era de 4 anos e 10 meses, ou seja, os dois lotes deveriam ter sido concluídos em janeiro deste ano.

O valor total de investimento nas obras dos dois lotes com entrega atrasada chega a R$ 67.292.551.

A prefeitura da Capital contratou, por R$ 448 mil, a empresa Schettini Engenharia Ltda. para elaborar um estudo sobre implantação asfáltica, drenagem, sinalização da via e acessibilidade do local. O contrato foi publicado na edição de sexta-feira (17) do Diário Oficial de Campo Grande.

JUDSON MARINHO

CORREIO DO ESTADO