Caos: motoristas de ônibus paralisam por falta de pagamento e Campo Grande fica sem transporte
Prefeitura diz que está em dia com as contas e que Consórcio Guicurus não repassou o pagamento aos motoristas
NAIARA CAMARGO
Motoristas do transporte coletivo paralisaram os serviços na manhã desta terça-feira (21) em Campo Grande e usuários ficaram “na mão” ao serem pegos de surpresa pela greve.
Terminais de ônibus amanheceram fechados e veículos não saíram das garagens.
A greve prejudica aproximadamente 100 mil usuários do transporte coletivo, que dependem da condução diariamente. Cinco milhões de pessoas utilizam o transporte coletivo por mês em Campo Grande.
Os motoristas alegam que não receberam o pagamento deste mês de junho e que a greve é por tempo indeterminado, ou seja, enquanto não receberem o salário, não voltarão a trabalhar.
O diretor presidente da Agências Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Odilon de Oliveira Junior, afirmou ao Correio do Estado que a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) está em dia com as contas e que o Consócio Guaicurus não repassou o pagamento aos motoristas.
"Nós da prefeitura estamos em dia com o pagamento que beira R$ 1 milhão, desde o começo do ano estamos dando o suporte dentro das nossas possibilidades. Estamos cobrando o Consórcio Guaicurus para que honre com as contas o mais rápido possível e o transporte normalize", esclareceu.
A greve é ilegal pois o transporte coletivo é considerado serviço essencial à população.
"Os motoristas vão responder pela paralisação de hoje, mas na justiça. É algo ilegal", complementou o presidente da Agereg.
O Consórcio Guaicurus vem enfrentando dificuldades para honrar com os compromissos após sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, de acordo com Odilon de Oliveira.
Além disso, a prefeitura pede para que o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, arque com o pagamento do passe do estudante dos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE) e a União assuma o pagamento do passe dos idosos.
"Se o governo do Estado e a União assumirem com a gratuidade dos passes, diminuiria o impacto dos aumentos dos combustíveis. Cada um com sua responsabilidade", ressaltou o presidente da Agereg.
O fiscal da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Jorge Cabral, disse que a greve pegou todo mundo de surpresa.
"Normalmente era avisado Alguns motoristas comentaram com alguns passageiros a noite, nas últimas voltas, as 22 horas, mas, ninguém sabia".
(Calaborou: Léo Ribeiro)
CORREIO DO ESTADO