Campo Grande está com estrutura pronta e espera aval da Anatel para liberar sinal 5G

11/08/2022 08h09 - Atualizado há 2 anos

Município pede que nova tecnologia chegue também aos distritos

Cb image default
Foto: Ilustrativa/Nathália Alcântara/Midiamax

As operadoras de telefonia e a própria Prefeitura de Campo Grande afirmam que estão com as estruturas prontas para ativação da 5G, mas ainda aguardam o aval da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para, finalmente, ofertar aos moradores. Para completar o sinal nas sete regiões da Capital, o município enviou um ofício fazendo um apelo para mais acesso à nova revolução tecnológica nos distritos de Anhanduí e Rochedinho.

O diretor-presidente da Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), Paulo Fernando Garcia Cardoso, explica que a Capital estava adiantada em vários aspectos de estruturação para chegada da 5G, como o estudo das normativas regulamentadoras e adepta das operadoras.

“Lá em 2020, um grupo técnico composto pela Agetec, Planurb (Secretaria Municipal de Planejamento Urbano), Semadur (Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Subprefeituras e a Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos avaliou as atualizações na legislação e as normas urbanísticas, para que houvesse um meio menos burocrático de permitir que as operadoras atuassem em conjunto com o município”, disse.

O decreto ainda pontua que houve redução de limites distanciais de uma torre para outra, permitindo que várias regiões tenham acesso à nova tecnologia. “Nos adiantamos também na Lei que regula o ‘silêncio positivo’ para infraestrutura de telecomunicações, que é quando uma operadora pede a instalação de uma estrutura, por exemplo, em um patrimônio público. Caso o município não imponha negativa, quer dizer que está liberado. Isso permite que as coisas fluem mais rápido”.

A região urbana se mostra preparada para receber a atualização na rede, entretanto, Paulo diz que o grupo técnico precisou enviar um ofício e enviar a Anatel em apelo aos moradores dos distritos da cidade, que ainda têm sinal de telefonia precário, para ampliar antigas torres da região.

“O estudo relacionou dados atualizados populacionais e mostrar Campo Grande como ela realmente é e está, não usando informações defasadas de 2014 e que serviram de base para a implantação do 4G. quando mandamos ofício pedindo melhorias, eles alegaram que estavam dentro da determinação da Anatel e do que havia sido levantado em 2014. Foi justamente a partir dessa informação que elaboramos um estudo mais atual e encaminhamos ao Ministério. Nós tivemos resposta da Anatel dizendo que a nossa solicitação foi enviada. Apenas uma operadora nos respondeu dizendo que irá se adequar as questões da mobilidade”.

A prefeitura atualizou, em abril, a Lei Complementar 447 com as adequações das normas urbanísticas específicas para a instalação das estruturas de suporte para as ETRs (Estações Transmissoras de Radiocomunicação), autorizadas e homologadas pela Anatel. A legislação foi desenvolvida a partir de um grupo técnico, que elaborou um instrumento aderente às legislações federais vigentes.

Ou seja, a cidade está definitivamente pronta para que as operadoras comecem a implantar a nova tecnologia 5G. A capital sul-mato-grossense será o primeiro município do Estado, e uma das primeiras capitais do país, a receber a tecnologia. Outros municípios já fizeram essa atualização para alinhamento às normativas federais, como Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Londrina (PR) e também o Distrito Federal.

Cb image default
Divulgação

Conforme o painel de acompanhamento da agência reguladora, três operadoras vencedoras do leilão de abrangência da 5G: Tim, Claro e Vivo. Por enquanto, ainda não foi instalado nenhum backhaul, uma fibra ótica da rede que permite a conexão direta de dados até o cliente.

Já os últimos testes da tecnologia da NPerf, no mapa de cobertura da 5G, vários pontos estão aptos para ativação sendo a região do Tijuca, Guanandi, Monte Líbano, Vilas Boas, Itanhangá, Bela Vista, Amambai, Vila Glória, Carvalho, Jardim dos Estados, Planalto, Cabreúva, Coronel Antonino, Santa Fé, Chácara Cachoeira e no distrito do Núcleo Industrial.

Operadoras se dizem prontas

A Claro informou que já está com a estrutura pronta para ativar a rede 5G+ em Campo Grande, só aguarda a liberação de uso do espectro pela Anatel e Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência). Ainda conforme a operadora, cerca de 50 aparelhos com acesso do 5G+ em seu portfólio a partir de R$ 1.299 no plano pós-pago e com opção de parcelamento a longo prazo.

“O 5G é uma tecnologia habilitadora que, além de mais velocidade para os clientes da capital sul-mato-grossense, também possibilita baixa latência e alta concentração de tráfego de dispositivos. Além de trazer ganhos de experiência para o mercado consumidor, o 5G vai atender às necessidades do mercado B2B e aplicações que deverão ser desenvolvidas no futuro, inclusive a Internet das Coisas”.

A TIM também afirmou que está organizada para oferta da frequência 3,5GHz, desde que a Anatel permita a liberação do acesso para início das operações do 5G puro na cidade. “As demais capitais também terão o 5G ativado de acordo com a liberação da Anatel. O número de antenas e bairros cobertos será divulgado oportunamente”.

A Vivo pontuou que irá seguir o cronograma de ativação da 5G com a liberação das responsáveis pelas faixas de frequência. “A Vivo está pronta para ativar nas capitais caso haja viabilidade de liberação das radiofrequências”.

Embora a ansiedade para experimentar a ampliação da rede, a expectativa é que os moradores tenham acesso gradativo em setembro. No cronograma da agência, as operadoras devem ampliar a quantidade de antenas nas capitais dos estados, assim estará liberando o acesso à rede a partir de 29 de agosto. Em nota, a agência informou que não há previsão de antecipação para MS. As próximas capitais serão: Salvador, Goiânia e Curitiba.

As antecipações são realizadas nas reuniões do Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz).

Qualquer celular pega a 5G+?

O número de modelos de telefones celulares foram certificados e homologados pela Anatel aptos para a 5G aumentou para 81, em vista que até o mês de julho era de 60. Vale lembrar que a homologação é um pré-requisito ao uso e comercialização do produto no Brasil, mas cabe ao consumir verificar o código estampado no chassi com as informações para consulta.

Aparelhos da Samsung são 28; da Motorola 16 tipos de aparelhos; 10 da Xiaomi; 9 da Apple; 5 da fabricante Asustek; 5 da Relme; 1 da HMD Global; 1 da Lenovo; 1 da Positivo; e um da TCL Mobile.

Dentre os modelos mais conhecidos estão: Motorola Edge Plus. Xiami 12, Zenfone 8, Galaxy Note 20, iPhone 13, iPhone 12, Moto G e Galaxy S21.

Qual a diferença da 5G para 5G+?

DSS (sigla de Dynamic Spectrum Sharing), o que significa compartilhamento dinâmico de espectro. As nomenclaturas podem causar confusão, pois, a DSS utiliza a mesma capacidade da tecnologia de 4G, 3G e 2G, que é permitida e utilizada em municípios de Mato Grosso do Sul desde junho de 2020. A frequência dessa tecnologia é do 4G convencional, enquanto a 5G+, que começa a ser implantada em julho deste ano, é de 3.5 GHz e 30 vezes mais rápidas que as antigas frequências.

A frequência DSS é 12 vezes mais rápida que o 4G convencional, tem potencial para fazer download de vídeos de 1GB em 40 segundos, o caming com atividade realista e virtual, atividade online para drones e disponível em 35 cidades. Já a nova 5G é 30 vezes mais rápida que o 4G convencional, baixa vídeos de 1GB em 10 segundos, tem potencial de realidade 360° em jogos online, streaming em 4k e 8k e robotização da indústria e do agronegócio. Por enquanto, está funcionando apenas em Brasília.

Karina Campos

MIDIAMAX