Campo Grande discute futuro do transporte coletivo na tarde de hoje (27)
Consórcio e Prefeitura apontam que não querem aumento no valor da passagem, mas falta alternativa de renda
LÉO RIBEIRO
Responsáveis pelo transporte coletivo descartam aumento da passagem - Gerson Oliveira/ Correio do Estado
Quase uma semana após o dia de crise, em que Campo Grande não teve ônibus, os poderes que são envolvidos na causa do transporte coletivo, devem discutir hoje (27), às 14h, em busca de uma solução para - de uma vez por todas - resolver o problema de dinheiro, sem passar por um aumento no valor da passagem.
Conforme o Presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Odilon Jr. comenta que é indesejável, tanto para a população quanto para os órgãos público que o preço da passagem aumente.
"A última coisa que todo mundo quer jogar esse impacto para a tarifa, né? A gente sabe como isso impacta o orçamento das pessoas, é por isso que tá tão complexo a gente buscar uma solução legal para que a gente possa conseguir, mas nós não vamos desistir", diz Odilon Jr.
Ele aponta o horário da reunião para as 14h, sendo que esse encontro em busca de solução tem sido adiado desde a semana passada.
Ainda, pontua que a para a solução do impasse, que esbarra na questão de valores insuficientes para gerenciar o transporte público, a presença do Governo do Estado nas reuniões ajudaria muito.
"Desde que assumiu a pasta, tenho como objetivo trazer uma luz ao fim do túnel", completa.
Já o diretor-executivo do conglomerado de empresas que atuam no transporte coletivo e urbano da Capital, Robson Luis Strengari, afirmou que sequer estava sabendo da confirmação de que a reunião seria na tarde de hoje (27), mas que também não espera um reflexo no preço da passagem.
"Nós cremos que a tarifa aumentar não. Acho que todo mundo, os envolvidos, tem a consciência de que não é hora de aumentar tarifa nenhuma. "
Segundo Robson, para não influenciar no bolso do consumidor, é preciso encontrar uma outra forma de injetar dinheiro nessa atual engrenagem, sendo que as empresas que compõe o consórcio pedem um subsídio de R$ 4 milhões por mês.
"É arrumar outra fonte de receita, não sei de onde o pessoal vai fazer, mas é fazer o que as outras cidades estão fazendo: subsidiando o transporte. De 27 capitais do país, 23 já subsidiam. E não é porquê achou bonito fazer isso, mas é necessidade mesmo. E o sistema não se sustenta mais, né?", fala ele.
Ainda, questionado sobre opções para o transporte coletivo, como a adoção de vans para alívio dos onibus, ele descarta e criminaliza a opção.
"Não vai resolver problema nenhum, nunca resolveu problema em cidade nenhuma. Pode ver a América Latina o que virou onde era isso. Ah, vê o Rio de Janeiro, quem toca é o PCC, em São Paulo também está indo pra isso. Vamos chegar nisso? Tomara a Deus que todo mundo bote a mão na consciência e a gente chegue numa solução", diz.
Motoristas
Citada a gota d'água para a classe dos motoristas, o pagamento do adiantamento - feito todo dia 20 -, após um primeiro gerenciamento de crise, ficou agendado para o dia 28.
Robson Luis comenta que o Consórcio Guaicurus deve honrar com os compromissos assumidos, a qualquer custo.
"Nós vamos pagar. Atrasamos alguns fornecedores aqui, negociamos. Mas a parte nossa vamos cumprir", finaliza ele.
Em fevereiro deste ano, a Câmara Municipal já havia aprovado concessão de subsídio ao transporte público no valor de R$ 1 milhão por mês, além de isentar o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) deste ano e conceder remissão no do ano passado e no de 2020.
CORREIO DO ESTADO