Aumento de 19% pega motoristas de surpresa em Campo Grande e alguns já reavaliam uso do GNV

03/05/2022 08h28 - Atualizado há 2 anos

Na bomba, o aumento chega a 12% já nesta segunda-feira

Cb image default
Divulgação

Jonathan da Silva é motorista de aplicativo em Campo Grande e, na última sexta-feira (29), recebeu seu carro que passou a ter motor movido a GNV (Gás Natural Veicular). A mudança foi feita porque, pelos cálculos do motorista, com aumento dos outros combustíveis (gasolina e etanol), o GNV compensaria.

Acontece que, na mesma sexta-feira, a Petrobras anunciou aumento de 19% no gás natural, que passou a vigorar neste domingo (1º). O valor do aumento foi repassado parcialmente na bomba em Campo Grande. Para se ter uma ideia, no posto onde o Jonathan abastecia, antes do aumento, o valor do metro cúbico de GNV era R$ 4,69. Já nesta segunda-feira (2) é de R$ 5,29, aumento de pouco mais de 12%.

"Na hora que soube, a gente assusta, mas daí refiz os cálculos e vai aumentar pouco no quilômetro rodado. Acho que a mudança ainda compensa", diz Jonathan, que gastou R$ 5.700 na mudança do motor.

Cb image default
Divulgação

Já Eduardo de Oliveira, dono de uma empresa de jardinagem com duas Kombis na frota, pensa em voltar para gasolina. Ele conta que uma das Kombis é a gasolina e, a que estava nesta manhã, é movida a GNV. Com o reajuste, Eduardo pensa em voltar à gasolina.

"Eu vou passar a gastar R$ 140 a cada dois dias usando a Kombi com GNV. Já a movida a gasolina a média é de R$ 120", observa.

O aposentado João Carlos de Souza, de 64 anos, também dono de uma serralheria, foi informado pela nossa reportagem do reajuste no momento em que abastecia. Ele usa carro movido a GNV há cinco anos porque roda cerca de 3 mil km por mês.

"Nossa, agora lascou (sic). Eu não sabia. Nossa agora a gente não tem pra onde correr", lamenta.

Reajuste

Começou desde domingo (1º) o aumento de 19% no gás natural em todo Brasil. Em anúncio feito na última sexta-feira (29), a Petrobras disse que o reajuste se deve à adequação ao preço do petróleo e do câmbio.

“A atualização trimestral para o gás e anual para o transporte atenua volatilidades momentâneas e assegura previsibilidade e transparência. Os contratos são públicos e divulgados no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)“, disse a Petrobras, na nota.

O aumento também vai impactar os preços do GNV (Gás Natural Veicular). A estatal afirmou que as mudanças, porém, não são o único fator a impactar os valores finais para os consumidores.

"A Petrobras esclarece que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras (e, no caso do GNV, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais. Além disso, o processo de aprovação das tarifas é realizado pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas", diz nota divulgada pela estatal.

Lucas Mamédio

MIDIAMAX