Alunos municipais da região do Segredo serão multiplicadores de mosquitos contra dengue

01/07/2022 14h57 - Atualizado há 1 ano

Abordagem inédita da Prefeitura colocará na mão de estudantes capsulas de gel com até mil ovos de "Wolbito"

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Divulgação

LÉO RIBEIRO

A partir de agosto alunos da região do segredo receberão kits criadores de mosquitos nas escolas - Reprodução/ Druazio Varella

Estudantes do ensino fundamental, de escolas municipais da região do Segredo, serão parte da cadeia do combate à dengue em uma abordagem inédita, já que esses, a partir de agosto, receberão um kit para multiplicação do chamado "Wolbito", que é o Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia.

"Isso está contemplado no projeto que nós recebemos da Fiocruz junto com o Ministério da Saúde. E na região do segredo ao invés de nós refazermos o trabalho, a gente vai aproveitar as escolas, para fazer conscientização das crianças", comenta o secretário municipal de saúde, José Mauro Castro Filho.

Ele reforça que a multiplicação do mosquito em casa será apoiada pela disciplina de ciências das escolas, o que incentiva indiretamente a pesquisa do Wolbito.

"Eles vão receber um kit, vão ser capacitados para isso e o método não necessita de uma tecnologia importante, a não ser um pote que pode ser de margarina, e colocar um comprimido, uma cápsula de gel que vem lá em torno de mil ovinhos. Ele vai acompanhar e descrever em relatório as fases da larva do mosquito", explica José Mauro.

Entenda

Importante lembrar que, desde dezembro de 2020, a biofábrica de mosquitos com Wolbachia no Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen-MS) está em funcionamento em Campo Grande.

Quando presente nos mosquitos Aedes aegypti, a bactéria Wolbachia impede que os vírus da dengue, da zika, da chikungunya e da febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para a redução dessas doenças.

Como destacou o Correio do Estado, uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com os insetos de campo. Esse método contribui para que uma nova geração de mosquitos com a bactéria seja criada, o que impede a proliferação das doenças endêmicas.

Ainda, a Prefeitura lembra que o Método Wolbachia é apenas complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas e, ressalta que, a população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, Zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais. (Colaborou Mariana Moreira)

CORREIO DO ESTADO