Uber sonda montadoras para comprar frota de carros autônomos

21/03/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

O serviço de transporte urbano Uber tem sondado empresas do setor automotivo sobre fazer um grande pedido de carros que dirigem sozinhos, disse uma fonte do setor.

Eles querem carros autônomos, disse a fonte, que não quis ser identificada. Parece que eles estavam fazendo compras.

O Uber, que acumula déficits, conseguiria grandes economias em seu maior custo, motoristas, se incorporasse carros autônomos à sua frota.

Audi, Mercedes-Benz e as fornecedoras de componentes Bosch e Continental estão todas trabalhando em tecnologias para carros autônomos ou semi-autônomos.

Mais cedo nesta sexta-feira, a publicação alemã Manager Magazin divulgou que o Uber fez um pedido para pelo menos 100 mil sedãs S-Class, da Mercedes, citando fontes em ambas as empresas.

Outra fonte familiarizada com o assunto disse que nenhum pedido foi protocolado junto à Mercedes-Benz. Daimler, controladora da Mercedes-Benz, e Uber não quiseram comentar o assunto.

Executivos da indústria automotiva têm receio em fazer acordos com empresas de tecnologia recém-chegadas que ameaçam seus modelos de negócios baseados em manufatura e venda de carros.

Não queremos acabar como a área de celulares da Nokia, que já foi altamente lucrativa e então desapareceu, disse uma fonte do setor automotivo sobre um eventual acordo com o Uber.

Não tão distantes

Os carros que dirigem sozinhos foram um sonho distante por anos, mas o desenvolvimento da tecnologia e a entrada de novos investidores, como o Google, colocaram o projeto entre os princiapis objetivos das maiores fabricantes globais de automóveis.

 Analistas do Exane BNP Paribas afirmam que o mercado de autônomos vai girar US$ 25 bilhões em 2020, quando a inteligência do veículo se tornará um diferencial no mercado.

No entanto, carros 100% autônomos não devem estar disponíveis até 2025 ou 2030, por causa da necessidade de adaptar as legislações.

As montadoras não querem perder essa corrida para empresas de tecnologia e passaram a investir no desenvolvimento, inclusive considerando ter sua própria frota de carros autônomos.

A geração de valor está indo do hardware para o software e serviços, afirmou o presidente da BMW na última semana. Ao completar 100 anos, a BMW anunciou que vai se concentrar em carros elétricos e autônomos.

A maior barreira até agora é a questão da responsabilidade em caso de acidente. Por isto, a legislação no mundo inteiro exige que uma pessoa esteja no comando do automóvel, não um computador.

Mas isto está perto de mudar. Em fevereiro, o governo dos Estados Unidos permitiu que o Google teste seus carros autônomos sem a presença de uma pessoa a bordo - o próprio carro é considerado o motorista.

G1 Globo