Santos e Rio serão parcialmente invadidas pelo mar em inundação que atingirá 70 milhões até 2050

30/11/2023 04h23 - Atualizado há 12 mêses

Elevação do nível das águas é resultado das alterações climáticas; outras sete cidades ao redor do mundo serão afetadas

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MARCELO PAULO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Ao menos 5% das cidades do Rio de Janeiro e de Santos devem estar submersas até 2050, segundo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em parceria com o CIL (sigla para Laboratório de Impacto Climático, em inglês), divulgado nesta terça-feira (28) — dois dias antes da COP 28 (Conferência do Clima), que ocorrerá nos Emirados Árabes.

A elevação do nível do mar é resultado das alterações climáticas causadas pelo aquecimento global e deve impactar 70 milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a tendência é que a quantidade de terra submersa duplique até 2100.

As cidades Barranquilla, na Colômbia; Guayaquil, no Equador; Kolkata, na Índia; Kingston, na Jamaica; Cotonou, no Benin; e Perth, Newcastle e Sydney, na Austrália, também poderão submergir parcialmente.

Impacto nas regiões costeiras

Aproximadamente 160 mil quilômetros quadrados de terras costeiras (uma área maior que o território da Grécia ou do Bangladesh), frequentemente locais de grandes centros sociais e econômicos, seriam inundadas até 2100.

“Os efeitos da subida do nível do mar colocarão em risco décadas de progresso do desenvolvimento humano em zonas costeiras densamente povoadas, onde vive uma em cada sete pessoas no mundo”, afirmou Pedro Conceição, diretor do Gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD.

“O deslocamento de milhões de pessoas e a perturbação da atividade econômica nos principais centros empresariais poderão desencadear uma busca por recursos. A nossa nova investigação é mais um lembrete aos líderes que vão para a COP28 de que o momento de agir é agora.”

Os dados foram coletados via satélite e mostram em detalhes o derretimento das geleiras das montanhas e dos polos, e a expansão da água do mar, à medida que o planeta aquece.

"Estas projeções não são conclusões precipitadas. Pelo contrário. Podem ser um catalisador para a ação", afirma Hannah Hess, diretora associada do Laboratório de Impacto Climático.

 Do R7