RS perdeu um gigante, afirma filho em velório de Nico Fagundes

25/06/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Com a presença de familiares, amigos, fãs e autoridades, o clima é de emoção e tristeza no velório de Nico Fagundes nesta quinta-feira (25) no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Um dos mais respeitados estudiosos da cultura gaúcha, o tradicionalista, folclorista, poeta, historiador e apresentador morreu na noite de quarta (24) de infecção respiratória no Hospital Ernesto Dornelles, onde estava internado há mais de um mês. Ele tinha 80 anos.

Fico arrepiado de me lembrar, ele chegava no palco e levantava os braços e a galera fazia uooo. O povo se via espelhado nele. De certa forma, não vai morrer nunca. Enquanto tiver uma fogueira, uma gaita, vão cantar a música dele. Me atrevo a dizer que enquanto tiver o Rio Grande do Sul, ele não vai morrer. O estado perdeu um gigante, e eu perdi meu pai, disse o filho, Antônio Augusto Fagundes Filho, chorando.

Para o filho, o Nico acabou sendo reduzido no imaginário popular por ter apresentado popular por ter apresentado o Galpão Crioulo, da RBS TV, por 30 anos. Pensavam que ele era só apresentador, mas era escritor, poeta, compositor e um dos cavaleiros da paz. Era uma pessoa extremamente bem humorada, tinha visão apaixonada sobre a terra e sobre as pessoas, e elas devolviam isso a ele. Era muito amado, lembrou o filho durante o velório.

Nico Fagundes foi um dos mais respeitados estudiosos da cultura gaúcha. Suas letras e canções já foram gravadas por dezenas de músicos. Ele eternizou clássicos da música regional como Canto Alegretense e Origens e influenciou uma geração de artistas. O sepultamento está marcado para as 18h, no Cemitério João XXIII, na capital.

O irmão de Nico, Bagre Fagundes, disse que mesmo sabendo que o tradicionalista estava doente, a morte pegou todos de surpresa.

Parece que ninguém sabia que o Nico estava doente. Nós sabíamos, mas não queríamos acreditar. Nossa família gaúcha está perdendo um homem preparado, um compositor e um grande poeta. Disse até em um poema que o sonho dele era ser considerado poeta do Alegrete. Acho que ele conseguiu isso. Para mim, é o melhor. É um momento de tristeza, declarou.

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