Quebra na safra de soja cresce e preocupa produtores na região Norte do Paraná

04/03/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O avanço da colheita de soja no Vale do Ivaí tem causado apreensão entre os produtores rurais. O estrago causado pelas chuvas, que continuam adiando o trabalho das máquinas, está se mostrando maior que o previsto inicialmente. Nas primeiras áreas colhidas nesta semana, durante o breve período de estiagem, as perdas chegavam até 90% em algumas propriedades  por conta da qualidade dos grãos. Hoje, a quebra da safra deve ser um dos principais assuntos da reunião da Amuvi em Novo Itacolomi. Os prefeitos vão decidir se decretam ou não situação de emergência.

Segundo informações da gerente regional da Cocari, de São Pedro do Ivaí, Marcia Regina Alvino Caetano, na segunda quinzena de fevereiro choveu 350 mm na região. Áreas que deveriam ser colhidas há mais dez dias sofreram com o excesso de umidade. “É uma situação atípica que aconteceu nesta colheita. Nós sabíamos que em 15 dias de chuva haveria alguns danos, mas não nessa proporção. Desde 1975, quando começamos a plantar soja comercial, não se tem notícia de algo parecido”, comenta Marcia Regina.

Marcia Regina explica que a situação é crítica e as perdas existem, mas ainda não é possível uma avaliação oficial. “Existem lavouras de todo o tipo e os casos deverão ser avaliados individualmente. Temos áreas onde os produtores perderam 10%, outras lavouras apresentam 92% de grão avariado e o produtor decidiu que não compensa passar a máquina”, relata Marcia Regina.

Segundo o secretário regional da Seab de Ivaiporã, Antônio Vila Real, a Secretaria de Estado vem acompanhando de perto a situação dos agricultores, mas também não tem uma estimativa de perdas. Na primeira quinzena de fevereiro, a Seab já havia anunciado uma revisão da estimativa da safra de grãos por conta das perdas. Na região Norte do Estado, a safra está mais atrasada. “Inclusive, o secretário Norberto Ortigara negocia com as instituições financeiras para que o prazo do financiamento seja prorrogado”, assinala Vila Real.

AMUVI

As medidas legais serão discutidas hoje, na reunião da Amuvi, que acontece em Novo Itacolomi, inclusive com a presença de representantes das instituições financeiras, cooperativas e dos sindicatos rurais. O pedido é para que os produtores tenham condições de uma prorrogação total ou parte de suas dívidas com as instituições financeiras.

Na região da Amocentro, que reúne os municípios da região central de estado, os prefeitos de Pitanga, Manoel Ribas, Nova Tebas, Santa Maria do Oeste, Cândido de Abreu e Iretama estiveram reunidos na manhã de ontem e decidiram pela situação de emergência.

TNOnline