Que porção dos EUA ficaria exposta aos mísseis que a Rússia propôs para a Venezuela?
Parlamentar russo defendeu oferecer projéteis ao governo de Nicolás Maduro e disse que já entrega grandes quantidades de armamentos
Oreshnik é um míssil balístico de médio alcance com capacidade de transportar uma ogiva nuclear
Reprodução/X/Recon_surv
A Rússia pode fornecer à Venezuela seus novos mísseis Oreshnik e Kalibr, afirmou o parlamentar russo Alexei Zhuravlyov ao portal de notícias Gazeta.ru em 1º de novembro. Moscou já está fornecendo ao regime de Nicolás Maduro grandes quantidades de armamento, desde armas de fogo até aeronaves, disse ele.
“Não vejo obstáculos para fornecer a um país amigo desenvolvimentos tão inovadores como o Oreshnik”, disse Zhuravlyov. “Ou, por exemplo, os comprovadamente eficazes Kalibrs. Nenhuma obrigação internacional limita a Rússia nesse aspecto.”
O Oreshnik é um míssil balístico de médio alcance com capacidade de transportar uma ogiva nuclear que pode atingir grande parte do território dos Estados Unidos. Seu alcance exato não foi confirmado publicamente, mas dados de fontes abertas apontam que seja em torno de 5.500 km. Com isso, um disparo feito em território venezuelano poderia alcançar os Estados Unidos por completo, com exceção do noroeste do país, onde estão os estados de Washington e Oregon, por exemplo.
Partes do Canadá também poderiam estar dentro de seu alcance. Ao sul, toda a América do Sul poderia ser alvo do míssil.
O governo de Vladimir Putin já usou o artefato militar na guerra com a Ucrânia. No ano passado, a Rússia estreou o Oreshnik em um ataque à cidade ucraniana de Dnipro. Na ocasião, Putin afirmou que o míssil ainda seria testado outras vezes. Mais tarde, propôs um duelo de mísseis com os EUA para testar o projétil hipersônico.
Em setembro, Rússia e Belarus realizaram exercícios militares conjuntos, que incluíram testes com o Oreshnik.
O míssil Kalibr, por sua vez, tem um alcance menor, de cerca de mil quilômetros. Assim, se lançado da Venezuela, poderia atingir toda a Colômbia, Panamá, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e o norte do Brasil. Ele é da família de mísseis de cruzeiro russos que entrou em serviço em 1994.
Ele também pode carregar ogivas nucleares e é produzido com versões para lançamento a partir de navios, submarinos e aviões.
Os Kalibrs normalmente voam baixo e seguem trajetórias imprevisíveis, projetadas para contornar os sistemas de defesa aérea, o que os torna difíceis de interceptar com armas portáteis.
Na última quarta-feira (19), as forças ucranianas afirmaram ter abatido um Kalibr utilizando um sistema de defesa aérea portátil FN-6 de fabricação chinesa. O míssil teria sido destruído quando se aproximava de uma comunidade no oeste da Ucrânia.
Do R7
