Presidente decreta cessar-fogo na Colômbia após acordo com as Farc

26/08/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou um cessar-fogo contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que entrará em vigor na próxima segunda-feira (29). O anúncio é feito após o histórico acordo entre as partes para encerrar meio século de hostilidades.

Santos anunciou o cessar-fogo no mesmo dia em que entregou ao Congresso o acordo final de paz com os guerrilheiros. As Farc já haviam decretado um cessar-fogo um ano antes e o governo havia suspendido os ataques aéreos contra os campos usados pelos rebeldes, mas Santos se recusava a decretar uma trégua total até que o acordo fosse fechado.

O acordo saiu depois de quatro anos de negociações. O secretário de Estado americano, John Kerry, apoiou a iniciativa. Em comunicado, Kerry disse que os EUA apoiam fortemente este acordo que pode gerar uma paz justa e duradoura para todos os colombianos. Kerry também elogiou o presidente colombiano por sua coragem e liderança.

Plebiscito

A Colômbia terá um referendo no dia 2 de outubro sobre o acordo de paz. O texto final das negociações tem quase 300 páginas. Juan Manuel Santos conseguiu aprovar como quórum mínimo para que a decisão seja válida 13% dos eleitores ou 4,4 milhões dos colombianos. Na cédula, o eleitor poderá escolher entre três opções: sim, não ou voto em branco.

As Farc e o governo colombiano acertaram que, “uma vez realizado o plebiscito, convocarão todos os partidos, movimentos políticos e sociais e todas as forças vivas do país a construir um grande acordo político nacional para definir as reformas e ajustes institucionais necessários para atender aos desafios que a paz demanda”.

A convocatória tem o objetivo de levar adiante “um novo marco de convivência política e social” na Colômbia, de acordo com a introdução do documento assinado na quarta-feira (24) em Havana.

História

O conflito armado entre as Farc e o Exército colombiano é considerado o mais antigo da América do Sul. Em seus anos de maior atuação, o grupo chegou a cometer sequestros, ataques e assassinatos para defender seus ideais, entre eles a reforma agrária e a criação de um Estado socialista.

Desde 1964, o conflito já matou mais de 220 mil pessoas na Colômbia. As Farc também integraram a lista internacional de organizações terroristas e chegaram a ter 7,8 mil soldados atuando em florestas e nas fronteiras.

Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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