PM reforça segurança no Rio após ataques; empresa de ônibus muda itinerário
A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que o policiamento foi intensificado nesta quarta-feira (3) na região de Cidade Alta, em Cordovil, na zona norte do Rio de Janeiro, após os ataques desta terça-feira (2), em que nove ônibus e dois caminhões foram queimados. A operação policial de ontem prendeu 45 pessoas e apreendeu 32 fuzis, 11 granadas e quatro pistolas no local.
Durante os ataques nesta terça-feira, pelo menos seis pessoas ficaram feridas, entre elas três policiais, que não correm risco de morte. O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão está em Brasília, onde reforçará o pedido feito na semana passada para que a Polícia Rodoviária Federal ajude na fiscalização das estradas – e, desse modo, impeça que armas cheguem ao estado.
Outra consequência dos ataques foi o cancelamento das aulas de quatro escolas, duas creches e um espaço de desenvolvimento infantil (EDI), que foram fechadas na Cidade Alta, nesta quarta-feira. Ontem, mais instituições de educação foram fechadas por segurança, sendo sete escolas, cinco creches e um EDI.
Em Vigário Geral, uma creche (que atende 123 crianças) e uma escola foram fechadas hoje. No Morro do Salgueiro, uma creche também não atenderá nesta quarta, afetando 301 alunos. Uma operação policial foi realizada na comunidade nesta manhã, resultando na prisão de três pessoas e na apreensão de um menor, além de pistolas e drogas. Na ação, uma pessoa ficou ferida.
Ônibus não serão substituídos
Duas das empresas que tiveram veículos queimados nesta terça, Trel e Jurema, informaram que não mudaram os itinerários de suas linhas entre as cidades da Baixada Fluminense e a capital, segundo divulgou a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
Já a Viação Reginas afirmou que desviou as rotas da Avenida Brasil para a Linha Vermelha, a fim de garantir a segurança dos passageiros e dos funcionários, “conforme determina indicação da Secretaria de Segurança Pública”. Os itinerários habituais serão retomados ainda hoje.
Em comunicado divulgado nesta quarta, a Fetranspor repudia e manifesta “indignação em relação aos atos criminosos que têm destruído, por meio de incêndios, os veículos que servem a um sistema que transporta diariamente mais de oito milhões de passageiros no estado”.
De acordo com a federação, só em 2017 já foram 51 ônibus incendiados no estado do Rio de Janeiro. Além disso, desde janeiro do ano passado, o prejuízo passa de R$ 42 milhões. “Diante dos graves efeitos da crise financeira sobre as empresas, que sofrem com a redução da atividade econômica e o aumento do desemprego, os ônibus destruídos não serão substituídos”, diz a Fetranspor, ao ressaltar que não existe seguro para esse tipo de sinistro e que cada ônibus com ar condicionado custa aproximadamente R$ 450 mil.
Ig