Pedidas pela PGR e autorizadas pelo STF, PF faz busca e apreensão em endereço ligado a Sérgio Reis

20/08/2021 08h12 - Atualizado há 3 anos

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou mandados, pedidos pela PGR. Deputado federal Otoni de Paula também é alvo

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Sérgio Reis divulgou áudio ameaçando o STF

DIVULGAÇÃO

O ex-deputado e cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) são alvos de busca de apreensão pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (20). Conforme a instituição, os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

O objetivo é "apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes".

No mês passado, Otoni de Paula divulgou vídeo

Os agentes se dirigiram a endereços aos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1), além do Distrito Federal (1). Conforme apuração da Record TV, agentes estiveram no gabinete de Otoni de Paula, na capital federal.

Já Sérgio Reis tem casa em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo.

Entenda

Além do inquérito na PGR, na última terça-feira, a Polícia Civil do Distrito Federal abriu um inquérito para apurar ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) feitas pelo cantor Sergio Reis e outras pessoas em áudios que circularam nas redes sociais no último fim de semana.

Nas gravações, Sergio Reis diz que os caminhoneiros vão parar o país em setembro se o Senado não retirar alguns dos ministros do STF. "Se em 30 dias não tirarem aqueles caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”, declara o artista.

Em um vídeo, Sergio Reis, ao lado de supostos caminhoneiros, reforça as ameaças: "Vocês [senadores] têm 72 horas para aprovar o voto impresso e tirar todos os ministros do Supremo Tribunal Federal. Não é um pedido, é uma ordem. É assim que eu vou falar com o presidente do Senado. Isso é uma ordem."

O R7 entrou em contato com a assessoria do artista e aguarda resposta. O espaço está aberto.

Em relação a Otoni de Paula, em julho ele acabou denunciado pela PGR por supostamente ter praticado crimes injúria, coação e difamação, injúria contra Alexandre de Moraes. Em vídeos, ele ofende o ministro.

Otoni de Paula disse, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, que o Brasil está vivendo "um estado de exceção" e deixou claro em seu vídeo que não vai mudar sua postura, como crítico aos ministros do STF. "Eu não vou recuar um milímetro. Este deputado federal aqui, investido da autoridade parlamentar, não vai recuar um milímetro. Se alguém acha que vou deixar de falar o que penso, não vou fazer isso", afirmou.

"Num estado de exceção você pode ser preso. O ministro Alexandre de Moraes tem tido um comportamento ditatorial. Hoje em dia ele tem sim a autoridade e a prerrogativa de prender todos aqueles que ele acha que ameaça (sic) a democracia brasileira", completou o parlamentar.

Ele teve o computador e celular apreendidos e deve se apresentar às autoridades ainda nesta sexta-feira. 

 Daniela Matos, da Record TV em Brasília, com R7