Partido de comediante pode conquistar prefeitura de Roma neste domingo

17/06/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Com a candidata Virgina Raggi, o Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante Beppe Grillo, poderá conquistar a prefeitura de Roma neste domingo, no segundo turno das eleições municipais, uma prova de fogo para o governo de Mateo Renzi.

Com 35% dos votos no primeiro turno em 5 de junho, Raggi tem uma vantagem de 10 pontos sobre Roberto Giachetti, membro do Partido Democrata (PD), de Renzi.

A advogada de 37 anos atrai sem procurar isso, é sua marca, enquanto que o passado castiga Giachetti, explica Mario Ajello, do jornal Il Messaggero.

Tenho a impressão de que a vontade de dar uma lição nos que administraram a cidade nos últimos anos é mais forte que as tentativas do PD colocar em dúvida a capacidade de governar do M5S, acrescentou.

O último prefeito de Roma, Ignazio Marino, membro do PD, teve que renunciar no final do ano passado por uma caso de fraude de faturas.

Fundado em 2009, o M5S se converteu no segundo partido do país com 25% dos votos nas legislativas de 2013 e tenta atrair nestas eleições locais com um discurso contra a classe política, seja de esquerda ou de direita, corrupta e desonesta.

Se Virginia Raggi vencer na capital, se somará assim ao seleto grupo de mulheres que dirigem grandes cidades como Madri, Barcelona, Cidade do Cabo, Paris e Santiago do Chile.

O M5S também venceu no segundo turno em Turim (norte), onde o prefeito do PD, que ficou em primeiro lugar, é ameaçado pelo atípico posicionamento de Grillo e seus aleatórios resultados nas pequisas.

O duelo entre esquerda e direita também será travado em Milão e Bolonha, mas em Nápoles, o partido de Renzi sequer passou para o segundo turno.

Mas é em Roma em que todos os focos estão concentrados.

Se as previsões se confirmarem, no domingo, estamos a ponto de ver um dos suicídios mais clássicos da centro-esquerda, analisa o jornal La Stampa, acrescentando que as divisões internas dominaram a campanha dos candidatos do PD.

- Populismo preocupante -

Há semanas, Renzi tenta dar pouca importância ao significado dessas eleições, recordando que são situações locais e particulares, mas não poderá ignorar a decisão de milhões de eleitores convocados a votar em 1.300 municípios.

Renzi repete que, para ele, a mãe de todas as batalhas políticas é o referendo previsto para outubro sobre sua reforma constitucional, depois do qual se comprometeu a renunciar em caso de fracasso.

A Europa também se mostra preocupada com o auge das forças populistas antieuropeias, como o M5S ou a Liga Norte, o primeiro partido de direita à frente da Força Itália, liderada por Silvio Berlusconi.

O bom resultado no primeiro turno das forças antieuropeias foi recebido nos mercados com uma alta de 12 pontos do spread (prêmio de risco), segundo Federico Fubini, jornalista econômico d Corriere della Sera.

Uma vitória dos eurocéticos na Itália no segundo turno não passaria despercebida, acrescentou.

O segundo turno italiano acontece dias antes que o Reino Unido fará um referendo para decidir se permanece ou não na União Europeia.

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