Outdoor em rua de Curitiba pede pelo fim de privilégios para deficientes

30/11/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Um movimento desconhecido colocou um outdoor em Curitiba que pede o fim dos privilégios para os deficientes. Ele está localizado na Rua Santa Cecília, no bairro Pilarzinho. Uma fanpage no Facebook foi criada nas últimas horas com posts relacionados ao tema.

O outdoor provocou polêmica nas redes sociais. Alguns internautas, no entanto, acreditam que seja uma campanha relacionada ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que é comemorado em 3 de dezembro.

No fim da tarde desta segunda-feira (30), a página já tinha mais de 500 curtidas. Entretanto, a maioria dos comentários postados por internautas se posicionou contra a iniciativa.

Na fanpage, não há nenhum contato que identifique os criadores. Mas um post afirma que se trata de uma entidade com princípios com uma causa que será defendida com civilidade.

Além disso, a fanpage indica um abaixo-assinado virtual para quem concorda com a ideia. De acordo com a petição pública, os objetivos do movimento são claros: Queremos parar de ser prejudicados por leis que privilegiam uma minoria e esquecem a maioria. Estas são nossas reivindicações.

Os itens pedidos pelo Movimento pela Reforma de Direitos são:

-Redução em 50% das vagas exclusivas pra deficientes

-Fim das cotas para deficientes em empresas

-Redução em 50% de filas e assentos exclusivos para deficientes

-Fim da isenção de impostos na compra de carro zero

-Fim das cotas em concurso público

-Fim da gratuidade para deficientes

Procurada pelo G1, a empresa responsável por locar o espaço do outdoor ainda não estava comentando o assunto.

Repúdio

A advogada Berenice Reis Lessa, presidente da Comissão de Acessibilidade da Ordem dos Advogados do Paraná (OAB-PR), afirmou que a comissão declara repúdio ao ato. Ela se refere à ação como irresponsável e inconcebível: uma atitude de quem não tem qualificação.

Segundo a advogada, o que o grupo chama de privilégio é a equiparação do direito à cidadania. A atual Constituição prevê esses direitos, que estão mais delineados e mais garantidos. A lei trata de dar o reconhecimento da igualdade de direitos com os demais cidadãos.

O absurdo é tanto, demonstra desconhecimento de processos jurídicos. Algumas questões ali colocadas são constitucionais, não se alteram a partir de um movimento, não é uma coisa tão simples assim, explicou Berenice Reis Lessa.

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