ONU denuncia surto de violência militar e de colonos contra palestinos na Cisjordânia

03/11/2023 11h48 - Atualizado há 1 ano

Ataques aéreos ocorrem no país e estão sendo utilizadas táticas de guerra em operações de segurança

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REUTERS - 19.10.2023

A ONU (Organização das Nações Unidas) denunciou, nesta sexta-feira (3), que os moradores da Cisjordânia estão sofrendo atos de extrema violência perpetrados pelo Exército e colonos israelenses, que deixaram 132 palestinos mortos, incluindo 41 crianças, nesse território desde o início da guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas em Gaza.

Das vítimas se fala pouco devido à extraordinária violência dos ataques em Gaza e porque as vítimas chegam aos milhares, mas na Cisjordânia também ocorreram ataques aéreos e estão sendo utilizadas táticas de guerra em operações de segurança, disse a porta-voz do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Liz Throssell.

Ele observou que, nesse contexto, a violência por parte dos colonos atingiu um nível sem precedentes, com sete ataques diários contra palestinos, com oito casos de homicídio até o momento.

“Documentamos que, em muitos desses incidentes, os colonos estavam acompanhados por membros das forças israelenses, ou os colonos transportavam uniformes e espingardas do Exército”, disse a porta-voz.

Para os colonos, a impunidade é quase total, acrescentou, e presume-se que agem com o consentimento e, em certos casos, com a colaboração ativa das forças de ordem e autoridades israelenses.

Além disso, esse nível de violência forçou mil palestinos de 15 comunidades pastoris a fugirem das suas casas, o que a ONU acredita poder ser descrito como “a transferência forçada de uma população, uma grave violação da Quarta Convenção de Genebra”, um dos pilares do direito humanitário internacional que se aplica em tempos de guerra.

Em vários incidentes, colonos armados deram ultimatos às comunidades palestinas para abandonarem suas casas ou serem mortos. “Israel, como potência ocupante, tem a obrigação de garantir a segurança e proteção da população ocupada”, disse Throssell.

 por Agência EFE