OMS diz que zika está em queda no Brasil, mas pode crescer no mundo

25/04/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (25) que a epidemia de zika está claramente em regressão no Brasil. A entidade acredita, no entanto, que o número de casos de pessoas afetadas pelo vírus pode aumentar significativamente nos próximos meses no mundo.

A queda nos registros no Brasil está provavelmente relacionada com o fim do verão, de acordo com a France Presse. A epidemia está em uma fase descendente no Brasil, afirmou Marie-Paule Kieny, subdiretora-geral da OMS, em coletiva de imprensa em Paris. O mesmo acontece na Colômbia e Cabo Verde, acrescentou.

No entanto, observou que é impossível no momento saber se haverá uma reativação do vírus no futuro e uma propagação para outras zonas ainda não infectadas. No Brasil, foram registrados 1,5 milhão de casos de zika e o vírus se estendeu a muitos países da América Latina.

Com o início na Europa da temporada dos mosquitos, a possibilidade de uma transmissão local combinada com prováveis transmissões por via sexual poderia provocar um aumento significativo do número de pessoas afetadas pelo zika e das complicações que isto representa, afirmou Marie-Paule. No entanto, os cientistas não esperam uma pandemia na Europa este ano.

Na medida em que as temperaturas começam a aumentar na Europa (com a aproximação do verão no hemisfério norte), duas espécies de mosquitos Aedes, conhecidas por transmitir o vírus, vão começar a circular, disse Kieny. O mosquito não tem fronteiras, completou.

De três a quatro milhões de casos de zika são esperados no continente americano. Por enquanto, apenas alguns casos foram relatados na França e em seis países europeus.

No entanto, um aumento significativo no número de casos poderia ser observado em áreas do mundo ainda não atingidas pela epidemia, advertiu a OMS.

Mais de 600 cientistas participam nesta segunda e terça-feira (26) de um colóquio internacional sobre o vírus da zika, no Instituto Pasteur de Paris.

Os cientistas tentam determinar quanto tempo o vírus pode permanecer no corpo humano, o grau de risco de transmissão por via sexual e a lista completa de doenças que pode causar.

Também devem falar sobre o vínculo do vírus com a microcefalia, uma patologia que provoca danos cerebrais graves nos recém-nascidos, e com a síndrome Guillain-Barré, que pode provocar paralisia e morte.

A OMS já declarou esta doença uma emergência de saúde pública de alcance internacional.

O vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, provoca muitos problemas na América Latina desde 2014, mas também preocupa a Europa, apesar da maioria dos casos da doença ser considerada leve.

Segundo o Instituto Pasteur, 1,5 milhão de casos foram contabilizados no Brasil, principal foco da epidemia. De três a quatro milhões de casos estão previstos para o continente americano

G1 Globo