Novo estudo sugere que zika pode afetar a fertilidade dos homens

01/11/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Os estudos sobre a zika normalmente focam nas mulheres, já que a infecção durante a gravidez pode causar má-formação nos fetos, porém, pesquisadores sugerem que o vírus pode reduzir a fertilidade nos pacientes do sexo masculino.

Cientistas americanos descobriram que camundongos infectados com a zika apresentavam testículos reduzidos e baixos níveis de testosterona e esperma. Apesar de humanos ainda não terem sido estudados, os especialistas acreditam que o vírus pode gerar consequências negativas também nos homens.

É a primeira pesquisa que liga o vírus com a fertilidade masculina. De acordo com os autores, os homens talvez só percebam a infertilidade muitos anos após a infecção. “É o primeiro vírus que eu conheço que causa sintomas tão severos de infertilidade”, afirmou o Dr. Kelle Moley, um dos autores do estudo, em entrevista ao The Telegraphy.

Sintomas

De acordo com Dr. Moley, é difícil dizer se a severidade dos sintomas serão os mesmos nos homens e nos camundongos. Deste modo, não dá para saber se os testículos vão encolher de uma forma que o próprio paciente perceba.

Dr. Derek Gatherer, da Universidade de Lancaster, alerta para a importância de os especialistas passarem a monitorar a fertilidade dos homens infectados com a doença para que seja possível verificar possíveis complicações.

“Já é sabido que o vírus em homens pode encontrar o seu caminho para os órgãos reprodutivos e, então, ser transmitido sexualmente, mas este estudo em camundongos é o primeiro a sugerir que a passagem pelo sistema reprodutor possa ser, na verdade, prejudicial.”

Estudo

Após três semanas dos camundongos terem sido infectados, seus testículos encolheram para um décimo do tamanho normal. Além disso, a estrutura interna ficou completamente destruída, reduzindo os níveis hormonais e de fertilidade.

Quando camundongos fêmeas eram mantidas com machos infectados, as chances delas engravidarem eram por volta de quatro vezes menos do que daquelas com parceiros saudáveis. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (31) no jornal especializado Nature.

IG