Nível de concentração de gases de efeito estufa tem novo recorde em 2014
O nível de concentração dos gases de efeito estufa atingiu novo recorde no ano passado, anunciou nesta segunda-feira(9) a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em seu relatório anual.
“Todo ano, registramos novo recorde nas concentrações de gases de efeito estufa”, lamentou o diretor da OMM, Michel Jarraud.
“A cada ano, dizemos que não temos mais tempo, devemos agir agora para reduzir as emissões de gases e para que tenhamos uma oportunidade de manter em nível razoável o aumento da temperatura”, destacou no relatório.
O estudo - que não mede as emissões de gases de efeito estufa, mas a sua concentração na atmosfera - mostra que o dióxido de carbono, o principal gás com efeito estufa de longa duração, aumentou para 397,7 partes por milhão (ppm) no ano passado.
“Não podemos ver o dióxido de carbono, é uma ameaça invisível, mas uma ameaça muito real”, lembrou Jarraud. “Isso significa temperaturas globais mais elevadas, mais fenômenos meteorológicos extremos, como vagas de calor, inundações, derretimento do gelo e aumento do nível do mar e da sua acidez”.
O relatório da agência da ONU é divulgado a três semanas da Cúpula do Clima de Paris (COP21), que visa à tomada de medidas significativas para limitar o fenômeno do aquecimento global.
O metano, o segundo gás com efeito estufa de longa duração, também atingiu novo recorde de concentração, 1.833 ppm em 2014, segundo o relatório.
A OMM indica que, com 60% das emissões de metano provocadas pela atividade humana, principalmente a pecuária, o cultivo de arroz, a exploração de combustíveis fósseis, foi registrado aumento de 254% das concentrações desse gás na atmosfera, desde os níveis da era pré-industrial.
O protóxido de azoto, cujo impacto no clima em um período de 100 anos é 298 vezes maior que o do dióxido de carbono e que também contribui para a destruição da camada de ozônio, que protege dos raios ultravioleta do sol, registrou o ano passado uma concentração de 327,1 partes por bilhão, ou 121% dos seus níveis antes da era industrial.
Fonte: Agência Lusa