Negociações de Astana buscam consolidar cessar-fogo na Síria

17/01/2017 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Um dos objetivos das negociações de 23 de janeiro em Astana, auspiciadas por Rússia, Turquia e Irã, é consolidar o cessar-fogo na Síria, anunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Estas conversações na capital do Cazaquistão são as primeiras desde a importante vitória do presidente sírio Bashar Al-Assad em Aleppo, segunda cidade da Síria, reconquistada totalmente pelas tropas do regime com apoio da aviação síria e das milícias iranianas.

Um dos objetivos do encontro de Astana é, acima de tudo, evidentemente, consolidar o regime de cessar-fogo. E depois iniciar a participação dos chefes dos combatentes no processo político, afirmou o chanceler.

Rússia e Irã, aliados de Damasco, e Turquia, que apoia grupos rebeldes sírios, anunciaram no dia 29 de dezembro um cessar-fogo na Síria e convocaram para 23 de janeiro negociações em Astana em busca de uma solução à guerra na Síria.

Estimamos que os chefes dos combatentes em terra devem participar (no processo político) e não se deve limitar a lista aos grupos que assinaram no dia 29 de dezembro o acordo de cessar-fogo, disse ainda Lavrov. Os que quiserem se unir, devem poder fazê-lo.

Os principais grupos insurgentes, sobretudo o Jaish al Islam, anunciaram sua participação nas negociações.

O Alto Comitê das Negociações (HCN), que reúne grande parte da oposição síria, anunciou que apoiava o encontro.

Moscou está elaborando a lista dos participantes. Até o momento, sabe-se que haverá representantes de Rússia, Irã e Turquia, que apadrinham o processo, e emissários de Damasco, assim como dos grupos rebeldes e da ONU.

Lavrov considera justo convidar a Astana representantes do novo governo de Donald Trump, que tomará posse como presidente dos Estados Unidos nesta sexta-feira.

Com esta reunião, se confirma a crescente influência de Moscou e Teerã no conflito sírio, assim como a da Turquia.

Pela primeira vez desde o início do conflito sírio, em 2011, os Estados Unidos não têm um papel principal nas negociações, apesar de a diplomacia russa destacar que seria justo que a nova administração americana de Donald Trump fosse convidada a Astana.

No sábado, a equipe de transição do presidente eleito confirmou que foi convidado e deu a entender que nenhuma resposta havia sido dada.

Se as conversações de Astana tiverem êxito, isso poderá abrir caminho para negociações patrocinadas pela ONU em 8 de fevereiro em Genebra.

Moscou está elaborando a lista dos participantes. No momento, sabe-se que haverá representantes da Rússia, Irã e Turquia, que são padrinhos do processo, e emissários de Damasco, assim como dos grupos rebeldes e da ONU.

No terreno, apesar de a trégua ser em geral respeitada, ainda são travados combates na região de Wadi Barada, perto de Damasco, crucial para o abastecimento de água da capital.

Além do mais, os radicais do grupo Estado Islâmico fragilizaram as posições do exército ao isolar o resto dos bairros governamentais da cidade de Deir Ezor, leste do país.

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