Mulher que matou pai e caminhou nua deve passar por exame de sanidade

06/09/2025 10h10 - Atualizado há 10 horas

Defesa afirma que ela teve surto psicótico. MPSP solicitou exame de higidez mental. Resultado pode suspender processo criminal

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Reprodução / Redes sociais

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou que a mulher acusada de matar o próprio pai e sair caminhando nua pelas ruas de Itanhaém, no litoral sul do estado, seja submetida a um exame de sanidade mental, que pode levar à suspensão do processo criminal. Para a promotora, existem “dúvidas razoáveis” sobre a integridade mental da investigada.

A mulher, de 41 anos, foi presa em 16 de agosto após ser encontrada por moradores perambulado pelas ruas e falando frases desconexas. Ao ser questionada sobre o motivo de estar sem roupa, ela afirmou: “Sou prostituta”.

Quando a polícia foi acionada, a mulher admitiu ter matado o próprio pai, Marcos Ferreira Linhares, de 74 anos. Na delegacia, disse que era abusada por ele desde criança e que estava sobre “forte estresse”.

Marcos Ferreira Linhares foi encontrado morto em casa com a faca cravada no abdômen. De acordo com a filha, ele havia tido um AVC, não falava, tinha problemas de pressão e diabetes, entre outras comorbidades, além de fazer uso de diversos medicamentos.

O exame de sanidade mental foi solicitado após pedido dos advogados da acusada. Segundo a defesa, há “fortíssimos indícios de um surto psicótico”.

“Na entrevista com esse defensor após 3 dias do ocorrido, na Cadeia em Anexo do 2º DP de São Vicente/SP, a acusada ainda estava muito confusa, inclusive sem noção de tempo e precisando urgentemente de atendimento médico”, afirmam os advogados.

Em manifestação feita na última segunda-feira (1º/9), a promotora Monique Ratton se posicionou de forma favorável à realização do exame. O objetivo, segundo ela, seria determinar se a acusada portava “doença mental” no momento do crime ou se possui algum tipo de desenvolvimento mental incompleto que a impossibilitasse de compreender a gravidade da situação.

“A acusada, à época do fato, era portadora de perturbação ou transtorno de saúde mental que afetasse sua capacidade plena ou momentânea?”, questiona a promotora.

Renan Porto

METRÓPOLES