Milhares de civis fogem dos combates no norte da Síria

15/04/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Milhares de civis fugiram nas últimas 48 horas dos violentos combates entre as forças do regime, os rebeldes e os jihadistas no norte da Síria, que fragilizam ainda mais a trégua e as negociações de paz.

Na província setentrional de Aleppo, as forças governamentais sírias lutavam nesta sexta-feira ao mesmo tempo contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Desde domingo, nestes confrontos mais de 200 combatentes de diferentes facções morreram, segundo um comunicado do Observatório.

Em Genebra, o emissário especial da ONU para a Síria mostrou sua frustração pelas dificuldades de acesso humanitário ao país, devastado por uma guerra que já dura cinco anos e que deixou mais de 270.000 mortos.

O fluxo de deslocados aumentou ainda mais com a fuga de ao menos 30.000 pessoas pelos combates entre jihadistas e rebeldes nas últimas 48 horas, afirmou a organização Human Rights Watch (HRW), pedindo à Turquia que abra sua fronteira.

Os civis fogem dos combatentes do EI e a Turquia responde com disparos de balas reais em vez de sentir compaixão por eles, lamentou Gerry Simpson da HRW.

O EI tomou na quinta-feira seis localidades da província de Aleppo. A mais importante delas é Hiwar Kallis, situada a um quilômetro da fronteira, segundo o OSDH.

O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) falou de entre 21.000 e 23.000 civis que fugiram dos combates e que se dirigirão a Azasz, vários quilômetros a oeste.

Esta região já acolheu em janeiro e fevereiro dezenas de milhares de civis que fugiam dos combates.

Colinas estratégicas

Em Aleppo, o exército e as milícias pró-regime enfrentavam o EI em Janaser, no leste da província, ao mesmo tempo em que também combatiam a Frente Al-Nosra, aliada com grupos rebeldes nas colinas de Handarat, um setor estratégico situado vários quilômetros ao norte.

Estas colinas são muito importantes em nível estratégico porque dominam a rota de abastecimento dos rebeldes que controlam vários bairros de Aleppo, disse o Observatório.

Na quinta-feira, Washington, impulsionador junto a Moscou da trégua entre o regime e os rebeldes, em vigor desde o fim de fevereiro, mostrou-se muito preocupado pelos combates perto de Aleppo, ao considerar que a ofensiva do regime sírio pode violar o cessar das hostilidades.

Os Estados Unidos também mostraram sua indignação pela morte de um médico sírio em um bombardeio aéreo ocorrido em uma zona na qual a aviação russa opera.

O OSDH disse que o doutor Hassan al Araj morreu em um setor próximo a um hospital perto da cidade de Hama, ao sul de Aleppo.

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