Mais de 1,5 mil agentes cumprem mandados em operação no Salgueiro
O Comando Conjunto, em apoio à Secretaria de Estado de Segurança e agentes da Polícia Civil do Rio, deflagrou, na madrugada de hoje (29), uma operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. As investigações duraram um ano e três meses.
Segundo a Polícia Civil, o Complexo do Salgueiro é usado como entreposto de armas e drogas para comunidades dos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Magé, Cachoeiras de Macacu e Região dos Lagos. Os bairros de Gebara, Boaçu, Carobinha, Mutuapira, Colina, Jockey, Papucaia e Unamar estão entre os locais para onde os criminosos expandiam seu domínio territorial.
No total, 1.165 militares das Forças Armadas e 415 policiais civis, com o apoio de meios blindados e aeronaves, verificam denúncias de atividades criminosas no local e cumprem mandados judiciais. Os agentes atuam nas comunidades de Itaoca, Salgueiro, Conjunto da PM e Conjunto da Marinha.
A ação realizada no contexto das medidas implementadas pela intervenção federal na segurança do Rio, inclui cerco, estabilização de áreas afetadas e remoção de barricadas. Os agentes das forças de segurança fazem também revistas de pessoas e de veículos, além da checagem de antecedentes criminais.
Algumas vias de acesso na região poderão ser interditadas, e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, se houver necesside. Não há interferência nas operações dos aeroportos.
Investigações
De acordo com os investigadores, as drogas endoladas, que são as acondicionadas no local eram posteriormente distribuídas para outras comunidades que compõem as ramificações do crime na região, o que foi chamado pela polícia de “verdadeiros modelos de franchising do tráfico”.
O tráfico na área é liderado por Thomas Jhayson Vieira Gomes, conhecido como 2N ou Neném, um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro. Ele foi indiciado e denunciado pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, porte ilegal de arma de uso restrito e tráfico de drogas (três vezes), o que pode somar penas de mais de 60 anos de prisão.
Também durante as investigações foram monitorados alguns fornecedores de armas e drogas para a facção criminosa, entre eles o narcotraficante Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que estava preso no Paraguai e foi deportado para o Brasil no último dia 19.
As investigações ajudaram as forças de segurança do Rio de Janeiro na prisão de Marcelo Piloto no distrito de Encarnacion, com o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) e da Drug Enforcement Administration (DEA), órgão americano de combate às drogas. O trabalho policial deixou evidente o papel de Marcelo Piloto como traficante internacional e principal fornecedor de armas para a facção.
Matéria atualizada às 9h18 para acréscimo de informação.
Edição: Talita Cavalcante
Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
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