Jovem é destaque por criar sistema de sinalização vibrátil para deficientes visuais

12/09/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Desenvolver um sistema de sinalização que possa contribuir com a locomoção dos deficientes visuais nas ruas foi a ideia inicial que levou o jovem Vinicius de Arruda, 24, a criar o “Sistema vibratório de sinalização para deficientes visuais. Um novo método que permite a travessia nas ruas de forma segura e com tranquilidade. A ideia foi tão inovadora que está entre os 21 melhores trabalhos do Congresso Técnico e Científico da Engenharia e da Agronomia de 2015, que será realizado entre os dias 15 e 18 de setembro, em Fortaleza-CE.

Acadêmico de Engenharia da Computação, Vinicius criou o projeto para um trabalho universitário, porém após apresentá-lo para o ISMAC (Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas) notou que a ideia agradava os beneficiários e que seria viável implementá-la. “Para realizar o projeto fiz várias pesquisas e descobri que muitos deficientes visuais têm dificuldades para atravessar as ruas com segurança. Em Campo Grande, por exemplo, existe um semáforo de sistema sonoro perto do ISMAC, porém fiz uma pesquisa e descobri que muitas pessoas se incomodam com o barulho emitido por ele. Já no sistema vibratório não há esta questão”, explica o jovem.

Um poste com quatro polegadas de diâmetro de aço galvanizado ao lado do semáforo é o que seria necessário para acoplar o sistema vibratório, transmitido por um sensor de borracha de até 1,20 metro de altura. Dessa maneira, podendo ser utilizado tanto por deficientes visuais como por cadeirantes e idosos. A ligação entre o poste, com o sistema vibratório, e o semáforo poderá se dar por meio de uma ligação de fios ou por um software, já desenvolvido pelo acadêmico. “O sistema tem níveis de vibração, se o semáforo tiver 60 segundos de verde, por exemplo, de 0 a 30 segundos a vibração será fraca, sinalizando que há tempo suficiente para atravessar com total segurança; de 31 a 51 segundos a vibração será um pouco maior, sinalizando que o pedestre ainda tem tempo para atravessar, mas precisa de mais atenção; e de 51 segundos até 60 é o tempo de vibração maior e mais intensa, sinalizando que não há tempo suficiente para atravessar e que deverá aguardar o sinal ficar verde novamente”, comenta Vinicius.

Um fator importante do sistema vibratório é que se o semáforo estiver com defeito, não funcionando corretamente, a vibração será intermitente, sinalizando o defeito para que o deficiente procure ajuda na travessia. “Todo o projeto foi pensando para apoiar os deficientes visuais e melhorar a locomoção deles. Fiquei muito feliz quando o projeto foi aprovado pelos integrantes do ISMAC, pois foi pensando nestas pessoas que planejei tudo isso”, comenta o acadêmico.

Além de expor a ideia no Congresso, Vinicius também está em busca de um comprador para a tecnologia desenvolvida. Ele já procurou ajuda na INTERP – Incubadora de Empresas, onde formalizou todo o plano de negócios do empreendimento para poder conseguir vender seu projeto. “O sistema já está patenteado e agora estou em busca de um comprador. A ideia pode ser utilizada tanto por prefeituras quanto por empresas privadas”, finaliza Vinicius.

Assessoria Fundação Manoel de Barros