Itália descobre grupo de bombeiros que provoca incêndios para receber hora extra
Em um momento em que a Itália sofre com recordes de calor, tempo seco e incêndios reincidentes, a polícia local descobriu um esquema de fraude envolvendo o Corpo de Bombeiros da cidade de Ragusa, na Sicília.
A fraude consistia em um grupo de 15 bombeiros que causava incêndios propositais e simulava chamados de emergência para apagá-los. A intenção do grupo era receber o pagamento de horas extras trabalhadas. E, por muitas vezes, eles receberam. Cada hora extra equivale a 10 euros (cerca de R$ 36).
De acordo com a Polícia de Estado, que conduziu as investigações a respeito da fraude, os crimes foram cometidos pelo grupo durante os anos de 2013 e 2015.
Interrogados pelas autoridades, os profissionais da corporação admitiram que saíam de seus postos de trabalho, com a cumplicidade dos colegas de trabalho, para atearem fogo em diversos lugares.
Segundo a acusação, os profissionais causavam os incêndios, geralmente de pequenas dimensões, em jardins ou containers de lixo, e depois simulavam pedidos de ajuda para comparecerem ao local.
Escândalo e investigação
Embora o escândalo esteja vindo à tona em um momento delicado na Itália , com maior incidência de incêndios florestais, não há suspeitas de que as emergências deste ano sejam parte de um esquema de fraude. Ou seja, não há nenhuma evidência que aponte para incêndios propositais em 2017.
Além disso, a polícia italiana não informou à imprensa qualquer consequência causada pelos incêndios provocados pelos criminosos. Nem no âmbito material, nem números como de mortos ou feridos pelo fogo planejado.
A investigação começou quando as autoridades se deram conta que esta equipe de bombeiros realizava o triplo de intervenções que as demais. Segundo a agência EFE , em uma intercepção telefônica divulgada também pela polícia, é possível ouvir dois dos membros da corporação comentar as suspeitas de que estavam sendo investigados. Na conversa, um deles chegou a confessar: provocamos incêndios, eles sabem. Eles sabem.
Com informações da Agência Ansa.
Ig
Foto: Reprodução/AlbertoCane.it