Hidrovia do Rio Paraguai volta a exportar, mas com alegria
Com a falta de chuvas e a seca intensa, o nível do calado é o menor dos últimos anos, tanto em Ladário, que registra 1,15 m, quanto em Porto Murtinho, 1,97m
Silvio Andrade
A navegação comercial voltou a operar na hidrovia do Rio Paraguai, com previsão de mais um ano de seca no Pantanal.
O terminal da Granel Química, em Ladário, retomou as exportações de minério de ferro argentino para o complexo portuário, e FV Cereais, de Porto Murtinho, preparado para iniciar o carregamento de soja para o mesmo destino a partir da quinzena de fevereiro .
A hidrovia como atividades entre setembro e outubro de 2021, quando o Rio Paraguai pode ser possivelmente histórica, com previsão de previsões de vendas não confirmadas.
Com contratos de 40 mil toneladas de soja e uma25 toneladas de chegar a 70 mil toneladas, a FV Cereais conseguiu exportar. A Granel Química movimentou 50% (900 mil toneladas) da carga prevista de minério de ferro da Vale e Vetria.
“Estamos acreditando que este será um ano de bons volumes”, afirma Luiz Dresch, da Granel Química, projetando uma saída de dois milhões de toneladas de ferro, com as barcando com 100 mil m³ de diesel importado pela Bolívia dos Estados Unidos .
A concepção de um ambiente de soja dos últimos anos, também uma exigência de quebra significativa das safras da Argentina e do Paraguai.
NAVEGAÇÃO
O terminal de Ladário está operando desde a primeira semana de janeiro com um calado superior a sete pés (2.10 metros) e em facilidade, que navega com 70% da capacidade de uma barcaça de 1.500 toneladas.
Embora o nível do Rio Paraguai ainda esteja em 1,15 metro na régua da Marinha, registrado na quarta-feira, o porto da Granel Química, situado logo abaixo, apresenta um canal navegável atual acima de 2,50 metros.
Em Porto Murtinho, o nível do Rio Paraguai está subindo lentamente (marcou 1,7 metro na quarta-feira) e deve atingir 2,30 metros em três semanas, calado navegável.
A soja começa a receber a partir de 10 de fevereiro, transportada por FV dos centros produtores pela BR-267.
Seus armazéns têm capacidade de estocagem de 30 mil toneladas de grãos. No ano passado, o terminal começou a operar em 15 de fevereiro até San Lorenzo (Argentina).
“Com as explicações impostas pelo rio, nossa espera é acelerada como exportações para atender à demanda, porém, dependemos da quantidade de trens contratados, os quais são contratados pelos exportadores”, gerente de Operações da FV Cereais.
As condições de navegação do Rio Paraguai, no entanto, indicam que chuva será mais uma dificuldade por falta de cabeceiras.
Em Cáceres (MT), o rio começou a baixar, depois de atingir 3,26 metros no dia 12 de janeiro – menor volume de água em seis anos.
Na régua de Ladário, o nível também é inferior aos anos anteriores para este período. Em Porto Murtinho não é diferente: está abaixo 1,89 metro em relação ao nível de 2021.
LOGÍSTICA
O secretário de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, explica que a hidrovia é um eixo logístico de peso para o transporte de mercadorias do Estado.
“Por isso importância da retomada da navegabilidade. O governo teve a missão de transformar uma hidrovia em um eixo logístico primordial para Mato Grosso do Sul.
Esse era um ponto extremamente importante”, enfatiza o secretário, lembrando que a hidrovia do Paraguai permite a conexão tanto com Paraguai e Argentina quanto com a Bolívia.
Verruck ainda destaca que acaba a paralisação da hidrovia gerando maior pressão no transporte rodoviário.
“Isso criou uma estrada principalmente de transporte de pressão se deslocando para Corumbá, pela BR-262, até o estado de São Paulo. Então, isso trouxe aumento no nível de acidentes e no leito do veículo. Essa era uma preocupação”, diz Verruck.
Apesar da queda na navegação passada pela hidrovia, as instalações portuárias do Centro-Oeste apresentaram no ano uma forte movimentação.
No caso específico do Porto Gregório Curvo e do terminal Granel Química em Mato Grosso do Sul, ambos são destaque em aumento de produção.
O Porto Gregório Curvo, em Ladário, por exemplo, movimentou de janeiro a novembro 1,8 milhões de toneladas no comparativo com 2020.
Já o terminal da Granel Química em Ladário foi responsável pelo transporte de 979 mil toneladas, um crescimento de 164,61% em relação ao mesmo período do ano anterior.
CORREIO DO ESTADO