Gasolina com 35% de etanol: o que muda no abastecimento do seu carro?

20/03/2024 04h38 - Atualizado há 8 mêses

Câmara aprova projeto para 35% de etanol na gasolina.

Cb image default
Divulgação

Um projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 13 de março e, agora, vai para votação no Senado. Ele prevê, entre outras coisas, a adição de até 35% de etanol na gasolina, além de até 20% de biodiesel no diesel.

Atualmente, o valor máximo permitido de adição de etanol na gasolina é de 27,5%. O projeto de lei 4516/2023, de autoria do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), vem gerando dúvidas.

Por um lado, o projeto vai deixar a gasolina mais barata e também diminuir a emissão de poluentes nos carros mais novos. No entanto, há dúvidas sobre os carros mais antigos, que muitas vezes poderão não funcionar bem.

De acordo com especialistas, a adição de 35% de gasolina em carros flex, ou seja, que recebem gasolina e etanol, terá pouca mudança. Na prática, vai deixar a gasolina apenas menos econômica, com um consumo cerca de 3% maior.

Atualmente, o mínimo de mistura de etanol na gasolina é de 18%, e esse mínimo subirá para 22%. Gradualmente, essa medida valerá até, ao menos, 2030.

O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) ainda vai analisar a viabilidade da nova gasolina com 35%. Ela, afinal, já gera muitas dúvidas.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) afirma que esse novo combustível precisaria de mais testes nos carros novos movidos apenas a gasolina e justifica que isso poderia necessitar de uma nova calibração na injeção eletrônica.

O mesmo pode acontecer nos carros mais antigos, a carburador, que também vão precisar de uma nova calibração no carburador. Muitos podem não funcionar adequadamente com 35% de etanol na gasolina.

Opção pela gasolina Premium

A AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) ressalta que a gasolina Premium, que tem até 25% de mistura de etanol, pode ser uma alternativa para os carros antigos e os que não são flex. No entanto, essa gasolina costuma ser mais cara que a convencional.

De todo modo, ainda não está oficializado o uso do novo combustível nos carros brasileiros nos próximos meses. Isso ainda vai depender da aprovação no Senado Federal, da sanção presidencial e de ajustes técnicos feitos pelo CNPE.

Mas o assunto já rende discussão e, principalmente, preocupação natural por parte das pessoas. Afinal de contas, a mudança da gasolina, passando a ter 35% de etanol, vai gerar um impacto no dia a dia do abastecimento.

Marcos Eduardo Carvalho - newsmotor.com.br