Filho mais novo de Bolsonaro é exonerado de gabinete no Senado para disputar eleições
Conhecido como 04, Jair Renan atuava como auxiliar parlamentar pleno do senador Jorge Seif e ganhava R$ 11,2 mil pela função
O filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, foi exonerado nesta segunda-feira (1º) do gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC) para concorrer ao cargo de vereador de Balneário Camboriú (SC) nas eleições deste ano. À reportagem, o parlamentar confirmou a informação e disse que a demissão ocorreu em função do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral — 6 de julho — para nomear ou exonerar servidores públicos que vão disputar as eleições.
Conhecido como 04, Jair Renan atuava no gabinete de Seif desde março do ano passado. De acordo com o portal de transparência do Senado, ele ganhava R$ 11,2 mil para trabalhar como auxiliar parlamentar pleno.
Em março deste ano, Jair Renan anunciou a filiação ao PL e a pré-candidatura a vereador da cidade catarinense ao lado do governador Jorginho Mello (PL).
Natural do Rio de Janeiro, Jair Renan é o quarto filho de Bolsonaro, fruto do relacionamento com Ana Cristina Valle. Ele foi alvo da Polícia Federal em 2021 em um inquérito para apurar negócios nos quais o filho mais novo do ex-presidente era envolvido.
No mês passado, um banco privado pediu à Justiça a apreensão de bens de Jair Renan para cobrir uma dívida de R$ 360 mil. Em nota, o advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, disse que ele foi “vítima de um estelionatário” e que o banco o cobra “sem se importar com a razão”.
A dívida está no centro de um processo contra o filho do ex-presidente por lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica. A ação foi aberta a partir de investigação e denúncia do Ministério Público do Distrito Federal.
Jair Renan é acusado de falsificar dados de contabilidade de uma empresa de eventos e mídia para conseguir empréstimos com o banco. Ele nega irregularidades.
A instituição financeira pede a emissão de um alerta ao Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário, que permite a pesquisa de informações bancárias, saldos e extratos. O objetivo é rastrear bens e dinheiro que eventualmente estejam em outras instituições financeiras para garantir o pagamento forçado da dívida.
O pedido foi apresentado no dia 24 de maio, em uma ação de cobrança extrajudicial no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após quatro tentativas frustradas de intimar o filho do ex-presidente no processo.
“Jair Renan está sofrendo as consequências após ser vítima de um estelionatário conhecido pela polícia e pela Justiça. O banco vai atrás da dívida, sem se importar com a razão. Tudo será esclarecido a tempo e modo”, afirma Gonzaga.
Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília