Economia brasileira cresce 0,43% no 2º trimestre, indica Banco Central
Índice conhecido por antecipar o resultado do PIB mostra desaceleração e figura aos 146,65 pontos na série livre de influências
A economia brasileira conseguiu reverter o tombo apurado em maio e fechou o segundo trimestre em alta de 0,43%, mostram dados revelados nesta segunda-feira (14) pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), do BC (Banco Central).
No mês de junho, o indicador conhecido por representar uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) avançou 0,63%. A alta supera a forte desaceleração apurada no mês anterior e faz o IBC-Br fechar o segundo trimestre aos 146,65 pontos na série dessazonalizada (livre de influências).
O resultado positivo surge após o índice abrir o trimestre com o melhor desempenho desde dezembro de 2013 e amargar, no mês seguinte, a maior perda desde março de 2021, período marcado pelo auge da pandemia do novo coronavírus.
Os dados do IBC-Br são coletados de uma base similar à do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão responsável pelo indicador oficial sobre o crescimento econômico. No primeiro trimestre, quando a economia brasileira avançou 1,9%, a prévia do BC indicava para um avanço de 2,4% no mesmo período.
O dado oficial, referente ao Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, será divulgado no dia 1º de setembro e deve confirmar a desaceleração da economia em relação ao crescimento apurado nos três primeiros meses deste ano, quando a agropecuária disparou 21,6% e puxou alta do PIB.
Na comparação entre os meses de junho de 2023 e de 2022, houve crescimento de 2,1% na série sem ajustes sazonais. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa corresponde a um avanço de 3,35% da atividade econômica nacional. No acumulado do primeiro semestre de 2023, a alta é de 3,42%.
Cenário adverso
O crescimento mais fraco do indicador que sinaliza o avanço da produção de todos os bens e serviços produzidos no país surge diante das inúmeras críticas do governo federal e do setor produtivo contra o elevado patamar da taxa básica de juros.
Os grupos cobram a redução mais efetiva da taxa Selic, que aparece em 13,25% ao ano, após cair pela primeira vez em três anos no início deste mês. A pressão busca estimular o desempenho da economia e leva em conta que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam o consumo da população.
Na ata da reunião que determinou o corte de 0,5 ponto percentual da taxa Selic, o BC reconhece que o conjunto de indicadores recentes sugere um cenário de desaceleração gradual da atividade econômica brasileira,
“Observa-se alguma retração no setor de comércio, estabilidade na indústria e certa acomodação no setor de serviços, após ritmo mais forte nos trimestres anteriores. O mercado de trabalho segue resiliente, mas com alguma moderação na margem”, destaca o documento.
No último RTI (Relatório Trimestral de Inflação), o BC elevou de 1,2% para 2% sua aposta de crescimento do PIB neste ano. Já os analistas do mercado financeiro vislumbram uma alta de 2,29% da economia nacional.
Do R7