Dois detidos após descoberta de carro com botijões de gás perto da catedral de Paris
Duas pessoas permanecem detidas depois que a polícia francesa encontrou vários botijões de gás em um carro nas proximidades da Catedral de Notre-Dame-de-Paris, no fim de semana passado.
A descoberta aconteceu em pleno estado de emergência, quase dois meses depois do atentado de Nice (sul da França), que deixou 86 mortos.
A unidade antiterrorista abriu uma investigação preliminar por associação criminosa com fins terroristas.
Os dois presos - suspeitos de vínculo com movimentos extremistas, de acordo com registros dos Serviços de Inteligência - foram detidos em uma autoestrada francesa, completou a polícia.
Já o proprietário do veículo - com antecedentes de proselitismo islâmico tempos atrás - foi liberado. A polícia procura sua filha, definida pelo próprio pai como radicalizada.
Os investigadores e o serviço de Inteligência foram alertados no domingo, quando o funcionário de um bar detectou a presença de um botijão de gás no assento de um veículo. O automóvel não tinha placa e estava com o pisca-alerta ligado.
O botijão estava vazio, mas os policiais encontraram, na mala do carro, outros cinco botijões de gás cheios, informou uma fonte próxima à investigação, acrescentando que nenhum detonador foi achado.
O carro estava estacionado em uma pequena rua da capital, próxima da Catedral de Notre-Dame-de-Paris.
A França está sob uma ameaça terrorista sem precedentes há mais de um ano, após uma série de atentados, a maior parte deles reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O diretor-geral do Departamento de Segurança Interna (DGSI), Patrick Calvar, alertou em maio, em uma comissão da Assembleia Nacional francesa, sobre o risco de uma nova forma de ataque com artefatos explosivos em locais de alta concentração de pessoas.
Calvar disse estar convencido de que os extremistas ganharão força ao passar à fase de carros-bomba e artefatos explosivos.
A partir do momento em que contarem com especialistas em explosivos em nosso território, poderão evitar sacrificar seus combatentes, criando o máximo de dano possível, advertiu na época.
Nos dias 7, 8 e 9 de janeiro de 2015, foram registrados ataques na França contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kósher de Paris, que deixaram 17 mortos.
Em 13 de novembro de 2015, 130 pessoas morreram nos atentados mais violentos já registrados na França, ataques coordenados em Paris e cometidos por três comandos nas proximidades do Stade de France, em vários restaurantes e cafeterias da cidade e na casa de espetáculos Bataclan.
No dia 14 de julho, 86 pessoas morreram atropeladas por um caminhão que invadiu as celebrações do Dia da Bastilha em Nice, no sul do país.
A França está na mira do EI. Dezenas de cidadãos do país se uniram, ou tentaram entrar, para o grupo extremista, que faz ameaças reiteradas contra Paris pela participação francesa na coalizão internacional que luta contra o EI na Síria e no Iraque.
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