DNA para identificar Clarinha vai ser feito por 18 famílias em Vitória

25/02/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

Dezoito famílias que acreditam ter grau de parentesco com Clarinha, uma paciente vítima de atropelamento e que está internada em coma há 15 anos, vão fazer o exame de DNA a partir de sexta-feira (4), segundo informou o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES) nesta quinta-feira (25).

Clarinha, como é chamada pela equipe médica, foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. Ela foi socorrida por uma ambulância e chegou ao hospital já desacordada e sem nenhum documento.

O MP-ES informou que em aproximadamente 40 dias, 102 famílias que acreditam ter grau de parentesco com Clarinha procuraram o órgão. Destes, 22 casos chamaram mais atenção, seja pelas fotos, seja pela similaridade dos dados próximos ao perfil da paciente.

Após uma checagem mais detalhada nos 22 casos, quatro foram descartados devido a incompatibilidade de informações e pelo fato de as pessoas terem sido encontradas.

O Ministério Público explicou que em um primeiro momento, dos 18 casos, serão acionadas dez famílias para a realização do exame de DNA.

A previsão é de que eles sejam feitos no dia quatro de março. Dessas dez famílias, oito já confirmaram presença.

Caso não seja encontrada a família nesse primeiro grupo, o outro será chamado para análise em data a ser marcada. A realização do exame será gratuita, não importando de qual estado seja a pessoa, desde que tenha disponibilidade para se dirigir ao Espírito Santo.

DNA

Os familiares que realizarão o exame de DNA receberam um comunicado com no mínimo uma semana de antecedência, por meio do Grupo Especial de Trabalho Social (GETSO) do MP-ES, que realizou o agendamento.

O exame será gratuito para aqueles que passarem por essa primeira triagem.

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil (PC) conseguiram reconstruir parte da digital do polegar de Clarinha.

Está sendo aplicada uma pomada nas digitais na tentativa de recuperar traços que possam levar a uma identificação completa. Essa pré-identificação tem servido para descartar alguns dos casos.

O caso

O Ministério Público informou que, de acordo com relatos de testemunhas na época, ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, correu para o meio de uma avenida movimentada no Centro de Vitória e foi atropelada por um ônibus.

A vítima foi levada para o antigo Hospital São Lucas, onde passou por diversas cirurgias. Ainda de acordo com o MP, o cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo.

Sem documentos e com as digitais desgastadas, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido dentre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha qualquer notícia da mulher. Em seguida, Clarinha foi internada no HPM.

O MP informou que tentaram encontrar algum familiar com o auxílio de outros Ministérios Públicos, em bancos de desaparecidos, em delegacias, tudo na tentativa de identificação, sem sucesso.

As pessoas que tiverem alguma pista da identidade da Clarinha devem procurar o MP-ES por meio do Promotoria de Justiça localizada no Centro Integrado de Cidadania (Casa do Cidadão) na avenida Maruípe, 2.544, Bloco B, Itararé- ES - Vitória.

G1 Globo