Cúpula europeia deve tratar principalmente do controle de fronteiras

24/09/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta quarta-feira(23) que a questão mais urgente que os Estados-Membros devem tratar é o controle das fronteiras. A declaração foi dada horas antes do início da cúpula europeia sobre os refugiados.

“A questão que devemos colocar é: ‘como recuperar o controle das nossas fronteiras externas’. Porque sem esta pergunta não faz sentido falar de uma política comum de migração”, afirmou.

Os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu (PE) lembraram que a reunião de chefes de Estado e de Governo deverá ser marcada pela ação e não apenas por ideias.

Em entrevista após encontro com o presidente do PE, como tem ocorrido antes de um conselho europeu, Jean-Claude Juncker disse que espera no encontro que haja apoio às propostas da comissão e que “se combinem palavras com ações ambiciosas”.

Ele lembrou que os países têm procurado os fundos necessários para enfrentar a crise dos refugiados desde maio, quase duplicando o orçamento, de 4,6 bilhões para 9,5 bilhões de euros.

“Hoje, vamos ainda mais longe, com mais 100 milhões de euros para um fundo de ajuda de emergência aos Estados-Membros mais afetados, mais 600 milhões para as agências europeias em 2016, mais 200 milhões para o Programa Mundial contra a Fome em 2015 e mais 300 milhões de euros para apoio humanitário em 2016”, informou.

Segundo Junker, haverá mais fundos para países vizinhos, de cerca de 1 bilhão de euros para a Turquia e 700 milhões para a Sérvia e a Macedônia.

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse que hoje é um dia pouco habitual na vida da União Europeia (UE), por ter de responder à questão: onde queremos ir?

“Na agenda de hoje estão os valores fundamentais da UE: solidariedade, disposição para cooperar e gestão eficaz”, comentou Schulz, “Hoje, precisamos de pragmatismo e não ideologia”.

Segundo a comissária para o Orçamento do Executivo, Kristalina Georgieva, citada pela agência France Press, os fundos suplementares elevarão para 9,2 bilhões de euros o montante que a União Europeia vai destinar nos próximos dois anos.

A cúpula ocorre um dia depois de os ministros da Justiça e do Interior dos 28 países terem feito acordo, sem unanimidade, sobre a distribuição de 120 mil refugiados pelos Estados-Membros.

Agência Lusa