COP26: Reino Unido propõe adoção de cortes de emissões até 2022

10/11/2021 15h37 - Atualizado há 3 anos

Esboço da declaração final foi apresentado nesta quarta-feira

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Reuters/Phil Noble/Direitos Reservados

 Por Kate Abnett - Repórter da Reuters - Glasgow (Escócia)

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Os anfitriões britânicos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) em Glasgow, na Escócia, estão propondo que os países mostrem mais ambição no corte de emissões de gases de efeito estufa até o ano que vem, em um esboço de decisão política que será negociado ao longo dos próximos três dias.

A proposta destaca os receios de especialistas e ativistas do clima de que exista grande disparidade entre as atuais promessas nacionais e os cortes de emissões rápidos, necessários para impedir que o mundo mergulhe em uma crise climática propriamente dita.

O primeiro esboço da decisão política a ser adotada na conferência, que a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta quarta-feira (10), pede aos países que "revejam e reforcem as metas de suas contribuições determinadas nacionalmente para 2030, como necessárias para se alinharem à meta de temperatura do Acordo de Paris até o final de 2022".

Isso obrigaria os países a adotar metas climáticas mais rigorosas no ano que vem, uma exigência fundamental das nações mais vulneráveis aos impactos da mudança climática.

Pelo Acordo de Paris, países concordaram em manter o aquecimento global bem abaixo dos 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e tentar limitá-lo a 1,5ºC.

Cientistas dizem que cruzar o patamar de 1,5ºC agravaria a elevação do nível dos mares, as inundações, secas, os incêndios florestais e as tempestades que já ocorrem, e que alguns impactos poderiam se tornar irreversíveis.

O esboço também pediu aos países que acelerem os esforços para descartar a queima de carvão e suspender gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis, mirando diretamente o carvão, o petróleo e o gás que produzem dióxido de carbono, o principal causador da mudança climática provocada pela humanidade.

O texto não estabeleceu uma data para o fim gradual do uso desses combustíveis, mas a ênfase neles pode levar a uma reação de grandes produtores de energia.

Helen Mountford, vice-presidente do World Resources Institute, disse que a referência explícita ao carvão, ao petróleo e ao gás foi um avanço em relação a cúpulas climáticas anteriores. "A verdadeira questão será se ela pode ser mantida".

Diplomatas debatem hoje o texto final de encerramento da conferência, na sexta-feira (12). O cumprimento da decisão política não será obrigatório, mas terá o peso dos quase 200 países que assinaram o Acordo de Paris em 2015.

Agência Brasil