Conselho da ONU organiza primeira reunião dedicada aos direitos LGBT
O Conselho de Segurança da ONU começou nesta segunda-feira (24) sua primeira reunião sobre direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), na qual homossexuais sírios e iraquianos relataram a perseguição que sofrem por parte do grupo Estado Islâmico (EI).
É um acontecimento histórico, disse aos jornalistas a embaixadora dos Estados Unidos na ONU Samanta Power, antes do encontro.
Já era hora - 70 anos depois da criação da ONU - que o destino das pessoas LGBT por todo mundo, que temem pela sua segurança, esteja recebendo atenção, completou.
O Conselho esperam ouvir depoimentos de Adnan, um iraquiano que escapou do norte do Iraque depois de ser perseguido por ser gay, e do sírio Subhi Nahas, que escapou de perseguições e agora trabalha para uma organização de refugiados nos Estados Unidos.
Desde julho de 2014, o grupo jihadista Estado Islâmico divulgou na internet ao menos sete vídeos ou fotos que mostram as brutais execuções de pessoas acusadas de sodomia, segundo a Comissão internacional pelos direitos das lésbicas e dos gays.
A diretora da comissão, Jessica Stern, também participou do encontro, presidido pelas delegações dos Estados Unidos e do Chile.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH) informou no mês passado que os combatentes do EI jogaram dois homens do alto de um edifício e depois os apedrejaram até a morte. Em dezembro, o grupo divulgou fotos mostrando jihadistas executando a mesma tortura com um homem porque ele também era homossexual.
Outros dois homens foram apedrejados até a morte na Síria em novembro, depois de declararem que eram gays.
O encontro desta segunda-feira é aberto para todos os estados membros das Nações Unidas, porém não está claro quantos países com leis contra homossexuais participarão.
Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional que busca derrotar o EI, que declarou um califado em junho de 2014, depois de vencer a cidade iraquiana de Mossul.
O grupo jihadista controla grande parte do território iraquiano e sírio, e ganhou apoio também na Líbia, Egito e outras regiões do Oriente Médio.
Fonte: G1 com Agência Internacional