Conflito na Síria matou mais de 700 trabalhadores da área de saúde
Mais de 700 médicos e trabalhadores do setor de saúde morreram na Síria desde o início do conflito, há cinco anos, anunciou a ONU, que também investiga o recrutamento de centenas de menores de idade por grupos islamitas.
O presidente da Comissão de Investigação da ONU sobre os Direitos Humanos na Síria, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, denunciou em um discurso em Genebra os bombardeios aéreos contra hospitais e clínicas.
Enquanto o número de vítimas civis aumenta, o número de instalações hospitalares e de médicos diminui, o que limita ainda mais o acesso ao atendimento médico, lamentou Pinheiro.
Ele destacou que mais de 700 médicos e trabalhadores da saúde morreram em ataques contra hospitais desde o início do conflito.
A guerra na Síria começou em março de 2011, após a repressão por parte do regime de Bashar al-Assad de manifestações pró-democracia.
Em um primeiro momento, os rebeldes eram contrários às forças do regime, mas, com o passar do tempo, o conflito se tornou mais complicado com o envolvimento de extremistas estrangeiros e atores regionais e internacionais.
O confronto deixou mais de 280.000 mortos e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas.
Pinheiro também afirmou que a comissão que ele preside está investigando o recrutamento de menores de 15 anos por grupos jihadistas na província de Idleb (norte).
A comissão está preocupada com as informações de que a Frente Al-Nosra e outros grupos afiliados à Al-Qaeda teriam recrutado centenas de meninos menores de 15 anos em Idleb, disse.
Na semana passada, a Comissão de Investigação sobre a Síria, criada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, acusou o Estado Islâmico (EI) de cometer um genocídio contra os yazidis, uma minoria de língua curda também presente no Iraque.
Além disso, a comissão detectou muitas violações contra outros grupos étnico-religiosos e continuamos investigando os crimes do ISIS (acrônimo em inglês do grupo Estado Islâmico) contra os alauitas, assírios, cristãos, xiitas e sunitas que rejeitam sua ideologia, destacou Pinheiro.
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