Comandante do Exército: As forças armadas devem se manter como forças de estado e portanto distantes de qualquer governo
O tom geral das conversas é que a despeito dos motivos da demissão, as forças irão se manter como forças de estado e não irão se atrelar ao governo.
O comandante do Exército, Edson Pujol, e os comandantes das outras forças defenderam em reuniões reservadas nesta segunda-feira que as forças armadas devem se manter como forças de estado e portanto distantes de qualquer governo.
O distanciamento do governo Jair Bolsonaro foi, como mostrou a CNN, o principal motivo da demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Ele foi demitido por volta das 14h quando Bolsonaro o chamou para uma reunião até o Palácio do Planalto.
Após o encontro, Azevedo falou com os comandantes das três forças, Edson Pujol (Exército), Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica) e Alipio Jorge (Marinha). Azevedo e Pujol também conversaram com o vice-presidente Hamilton Mourão.
O tom geral das conversas é que a despeito dos motivos da demissão, as forças irão se manter como forças de estado e não irão se atrelar ao governo. Um general disse à CNN que o vento pode soprar, mas as velas quem iça e quem não iça é quem está com as armas. O discurso foi o da manutenção do viés da força como instituição de estado.
No final da noite, após um encontro dos três comandantes, o chefe do exército, Edson Pujol, convocou o Alto Comando do exército -- o colegiado que reúne 17 generais da ativa -- para avaliar uma reação da força. A entrega do cargo era uma possibilidade, mas o mais provável é que ele iria aguardar um encontro com o novo ministro da Defesa, Braga Netto.
A interlocutores, o próprio Azevedo já havia manifestado que havia desconfortos na relação com o presidente, que cobrava dele e das três forças mais acenos políticos.
Por Caio Junqueira, CNN