Asteroide que vale mais que todas as riquezas da Terra será estudado pela Nasa
Chamado de 16 Psyche, o meteoro fica entre Marte e Júpiter, em um cinturão rochoso a mais de 3,5 bilhões de quilômetros da Terra
Uma espaçonave da Nasa decolou na sexta-feira (13) em direção a um asteroide que tem intrigado os astrônomos pela quantidade de metais preciosos que pode conter. Estima-se que seu valor possa ultrapassar R$ 50 quintilhões, algo que supera a economia global e seria suficiente para tornar todas as pessoas vivas bilionárias.
Chamado de 16 Psyche, ele é o maior dos vários meteoros ricos em minerais conhecidos no nosso Sistema Solar, com diâmetro de aproximadamente 279 km e comprimento de 232 km.
Acredita-se que ele possa ser o núcleo congelado de um antigo “planeta-bebê”, por conta de ser composto basicamente de níquel e ferro, que foi dilacerado por colisões com outros corpos celestes durante a formação da Via Láctea.
“O Psyche é de longe o maior, e é por isso que queremos ir para lá. É provável que os menores tenham sido alterados devido aos impactos, enquanto ele, pensamos, permanece completamente inalterado”, disse Nicola Fox, administradora associada do Conselho de Missões Científicas da Nasa, para o Space.com.
Um foguete fabricado pela SpaceX está previsto para liberar a sonda Psyche, que está dobrada dentro dele, apenas em agosto de 2029, após uma viagem de cerca de 3,5 bilhões de quilômetros, para chegar ao cinturão rochoso que existe entre Marte e Júpiter.
No entanto, a espaçonave ainda ficará na órbita da Terra ao menos pelos próximos três meses, para que assim a equipe de cientistas possa realizar verificações nos propulsores e sistemas de íons elétrico-solares, que estão sendo usados pela primeira vez em uma missão interplanetária.
Quando atingir o 16 Psyche, a sonda ainda ficará rodeando o asteroide por mais 26 meses (mais de dois anos), examinando-o, a fim de determinar sua gravidade, propriedades magnéticas e composição.
Porém, mesmo com toda a riqueza que pode conter, a agência espacial não está interessada em realizar uma espécie de mineração espacial, mas em analisar a estrutura do meteoro para tentar obter algumas respostas sobre a formação dos planetas rochosos e como eles funcionam em seus núcleos.
“Se ele fosse trazido para a Terra, resolveria o problema da economia mundial”, disse Sérgio Sacani, editor do blog Space Today, em entrevista ao podcast PodPah.
Em um vídeo para seu canal no YouTube, Sacani afirmou que os cientistas descobriram óxido de ferro na superfície do asteroide, algo que nunca havia sido encontrado antes. Isso acontece devido à grande quantidade de ventos solares que o atingem e, sem uma atmosfera que o proteja, ele começa a oxidar.
Matheus Borges*, do R7