Associação que inclui empresas como Coca-Cola quer evitar taxas ao Brasil
Entidade demonstrou preocupação ao governo americano sobre importações brasileiras
Uma das maiores associações comerciais dos Estados Unidos, que representa mais de duas mil marcas no país, incluindo Coca-Cola e Danone, está preocupada com os impactos das tarifas de 50% sobre importações brasileiras.
A Associação das Marcas de Bens de Consumo (Consumer Brands Association) expressou preocupação ao governo americano e torce por um acordo comercial antes do prazo de 1º de agosto.
Em entrevista à CNN Brasil, o vice-presidente de Resiliência das Cadeias de Suprimento da associação, Tom Madrecki, afirmou que representantes da CBA têm se reunido com autoridades do governo Trump para destacar a importância das importações brasileiras.
“Algumas indústrias americanas dependem de produtos brasileiros; simplesmente não há como substituí-los. É isso que estamos comunicando ao governo e é isso que o governo brasileiro também precisa deixar claro”, disse Madrecki.
O representante da associação citou alguns tipos de café e a polpa de eucalipto usada na fabricação de papel higiênico como exemplos de recursos que os Estados Unidos precisam importar do Brasil.
Segundo ele, há esforços para que o governo americano reconheça a entrada desses itens como fundamental para o funcionamento das indústrias americanas.
“Com as tarifas, os preços vão aumentar, será impossível não repassar os preços para os consumidores, e ninguém quer fazer isso”, disse.
Tom Madrecki acredita na possibilidade de um acordo entre Brasil e Estados Unidos antes do prazo final, quando as tarifas devem entrar em vigor.
“Trump é um presidente que quer fechar acordos, e temos visto isso com outros países”, comentou Madrecki, citando o caso da Indonésia como um exemplo que poderia ser seguido.
As tarifas sobre importações do país asiático caíram de 32% para 19% depois das negociações, com base na ideia de que a Indonésia, assim como o Brasil, exporta recursos naturais que não existem em solo americano.
“Com esse governo agora, cabe aos outros países trazer propostas criativas para a mesa de negociações”, declarou o representante da associação.
“Não é surpresa que Trump esteja aplicando tarifas a outros países; ele prometeu isso antes da eleição. Mas existe uma forma de proteger a economia americana e ao mesmo tempo apoiar a indústria brasileira.”
Mariana Janjácomo, de Washington, da CNN