Após 100 anos, mistério das “cachoeiras de sangue” da Antártida é solucionado

02/05/2017 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

As cachoeiras de sangue da Antártida foram descobertas em 1911 –  um penhasco no qual corre uma água vermelho-sangue que deságua no mar.

O lugar ficou rapidamente conhecido com Cachoeiras de Sangue. Os peritos admitiram que as algas presentes na água eram responsáveis por sua coloração vermelha.

Mas a verdade é muito mais estranha do que isso. A responsável é um tipo de salmoura rica em ferro, que se oxida quando entra em contato com o ar, da mesma forma que o ferro em si.

Pesquisadores da Universidade do Alaska Fairbanks disseram que a água “enferrujada” vem de um pequeno lago de água salgada que fica abaixo de uma geleira, e pode estar lá há um milhão de anos.

Os pesquisadores afirmam que a água do lago é tão salgada que não congela em temperaturas normais e raspa o ferro das rochas no caminho até as Cataratas de Sangue.

Eles utilizaram um tipo de radar para detectar a salmoura responsável pelo fenômeno na Cachoeira de Sangue.

“Movimentamos antenas pela geleira em um padrão gradeado para conseguirmos “enxergar” o que havia abaixo do gelo, da mesma forma que um morcego usa a ecolocalização para “ver” o que há ao seu redor”, disse Christina Carr, coautora do trabalho e estudante de doutorado na UAF.

Os pesquisadores descobriram que há água em estado líquido dentro de uma geleira extremamente fria – algo que até o momento os cientistas acreditavam ser impossível.

“Embora pareça contra intuitivo, a água libera calor enquanto esfria, aquecendo o gelo nas proximidades”, disse ela. “Taylor Glacier é agora a geleira mais fria conhecida por ter água em estado líquido em seu interior”.

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