Alzheimer: estimulação elétrica no cérebro reduz sintomas da doença
A estimulação elétrica mostrou resultados significativos contra o Alzheimer. Pacientes voltaram a se lembrar de palavras
Uma nova pesquisa mostra que a estimulação elétrica no cérebro conseguiu retardar os sintomas da Doença de Alzheimer. Os pacientes tiveram uma melhora significativa na função cognitiva depois do tratamento e voltaram a se lembrar de palavras.
O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Ningbo, em Zhejiang, na China. A tecnologia conhecida como estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), ajuda a estimular a plasticidade do cérebro e a construir novas redes neurais.
“Os resultados deste estudo indicam fortemente que o tratamento com ETCC é uma intervenção significativa e promissora para melhorar a função cognitiva na doença. Além disso, a plasticidade desempenha um papel vital na mudança cognitiva”, disseram os pesquisadores no estudo.
Como funciona
140 pessoas, com a doença de Alzheimer leve a moderada, receberam 2 sessões diárias de ETCC, durante um período entre 2 a 6 semanas. Ao final do estudo, os pacientes apresentaram melhora na recordação de palavras, instruções e testes cognitivos. Que notícia boa!
A ETCC vem na forma de um dispositivo com dois eletrodos.
Eles são colocados em áreas específicas da cabeça de uma pessoa e fornecem uma corrente elétrica constante de baixa intensidade.
O tratamento tem sido usado em diversas áreas da medicina, inclusive no tratamento da depressão. Por não ser um método invasivo, o ETCC traz uma série de vantagens.
O estudo
Ao todo, os 140 pacientes, de quatro diferentes hospitais, foram divididos de maneira aleatória.
Um grupo recebeu 2 sessões diárias de ETCC, enquanto o outro recebeu uma sessão simulada, durante 5 dias na semana, por um período máximo de 6 semanas.
As correntes eram aplicadas no córtex pré-frontal, região do cérebro responsável em atividades como planejamento, tomada de decisões, memória de trabalho, controle da fala e linguagem e comportamentos sociais.
O Teste Cognitivo da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer (ADAS-Cog), que avalia desempenho cognitivo, foi usado no início do estudo, após 2 semanas e novamente após 6 semanas.
Melhorias cognitivas
Depois de 30 sessões diárias de 20 minutos, melhorou muito a função cognitiva dos pacientes que receberam a ETCC.
Já no grupo simulado, nenhuma das melhorias foi observada, o que comprova a força do tratamento.
Além disso, os resultados apontaram para uma melhora na plasticidade cortical, que fica prejudicada com a doença de Alzheimer.
A recordação e reconhecimento de palavras também melhorou bastante nas pessoas que passaram pela terapia.
Resultados promissores
Ainda não está claro como a ETCC exerce os efeitos, mas os pesquisadores afirmaram que a tecnologia pode alterar a atividade iônica do cérebro.
Além disso, a terapia parece melhorar a liberação de neurotransmissores e a atividade elétrica em várias áreas do cérebro.
- Por Vitor Guerra - sonoticiaboa.com.br
Com informações de BMJ.