Aleppo: principal campo de batalha da guerra na Síria
A rica província setentrional de Aleppo e sua capital, de mesmo nome, são o principal campo de batalha da guerra civil na Síria, que, em cinco anos e meio, deixou mais de 300.000 mortos.
Da cidade florescente e sua cidade velha famosa em todo o mundo, resta apenas uma cena desoladora. Segunda maior cidade da Síria, com 2,5 milhões de habitantes antes da guerra, sua população caiu para 1,5 milhão de pessoas.
Sua província é um campo de batalha para todos os envolvidos nesta guerra: os radicais do grupo Estado Islâmico (EI), grupos rebeldes, exército e milícias e pró-regime, combatentes libaneses do Hezbollah ou curdos.
Cidade milenar
Ex-capital econômica e joia arquitetônica, Aleppo é uma das cidades mais antigas do mundo a ser continuamente habitada desde pelo menos 4.000 a.C, graças à sua localização estratégica entre o Mediterrâneo e a Mesopotâmia.
Localizada no cruzamento de importantes rotas comerciais, muitas civilizações se estabeleceram na localidade.
Especializada na indústria manufatureira, principalmente têxtil, a metrópole do norte da Síria foi a segunda cidade do Império Otomano, no século XIX.
Em 1979, depois de um ataque contra a academia militar de Aleppo, o regime reagiu duramente contra a Irmandade Muçulmana - acusada de ter cometido o ataque - e negligencia a cidade, cujos mercadores apoiaram a revolta da irmandade islâmica.
Mas na década de 1990, a cidade recuperou um pouco de sua prosperidade, principalmente graças às suas atividades comerciais e industriais.
Na primavera de 2011, milhares de estudantes protestaram em Aleppo, até então relativamente incólume ao movimento de contestação lançado em meados de março, antes de ser rapidamente dispersos.
Em julho de 2012, eclodiram violentos combates entre o exército legalista e o Exército Sírio Livre (ESL), composto por civis que pegaram em armas e desertores. Os rebeldes conseguiram tomar a maior parte da cidade.
Logo depois começaram os primeiros ataques aéreos do regime e o lançamento de destrutivos barris cheios de explosivos na cidade.
Aleppo foi então dividida entre as áreas controladas pelos rebeldes e as pelo regime, e sua província fragmentada entre regime, rebeldes, jihadistas e curdos.
Em 1o. de fevereiro de 2016, o regime e seus aliados lançaram uma ofensiva contra os rebeldes na província de Aleppo.
Entre julho e agosto, o exército cercou os bairros do leste de Aleppo, impondo um bloqueio que provocou a escassez de alimentos e combustível.
Em 15 de novembro, depois de um mês de calma, Damasco lançou uma nova campanha militar para retomar o controle total da cidade.
Os habitantes pagaram um alto preço por isso.
Patrimônio destruído
Listada como Patrimônio Mundial da Unesco em 1986, a cidadela de Aleppo, uma jóia da arquitetura militar islâmica da Idade Média, começou a ser construída no século X. Sua construção levou três séculos.
Mas em julho de 2015, uma parte das muralhas da cidadela desabou após a explosão de um túnel na Cidade Velha.
Anteriormente, o minarete Seljuk da mesquita de Omayyad entrou em colapso, e o souk (mercado) de Aleppo, com suas lojas, por vezes, centenárias, foi parcialmente destruído pelo fogo.
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